A vereadora Marielle Franco, do PSOL, foi brutalmente assassinada no Rio. Não se sabe ainda por quem, apesar de seus companheiros terem acusado a banda podre da polícia no segundo após o crime, sem qualquer prova ou investigação. Imediatamente ela foi canonizada pela mídia, tomada por socialistas. Sua causa era linda, sua luta era por justiça, ela era um ícone da guerra por “direitos humanos”. Mas quais?
Seu partido, o PSOL, defende oficialmente o regime de Maduro na Venezuela, assim como a ditadura mais longa do continente, a cubana. São dois casos de experimento socialista na América Latina, ambos igualmente terríveis, assustadores, que deixaram apenas um rastro de miséria e escravidão. Minorias foram perseguidas, a pobreza se espalhou, a liberdade desapareceu.
Não consta que Marielle tivesse batido de frente com seu partido nesses casos. Nunca vi, ao menos, algum vídeo dela condenando a postura oficial de seus companheiros. Só o fato de permanecer num partido que elogia a “democracia” venezuelana já é evidência de que a pessoa não se importa tanto com os direitos humanos, ao menos não aqueles dos vizinhos. Afinal, há direitos humanos em Cuba ou na Venezuela?
A notícia divulgada hoje pela Gazeta mostra bem como os presos venezuelanos são tratados:
Autoridades da Venezuela informaram que pelo menos 68 pessoas morreram, nesta quarta-feira (28), em um incêndio na cadeia de uma delegacia de polícia em Valencia, cidade do Estado de Carabobo, a cerca de 160 quilômetros de Caracas. A suspeita, ainda não confirmada pelo governo, é de conflito após uma rebelião.
Em seu Twitter, o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, disse que praticamente todos os mortos eram prisioneiros do local. Duas mulheres que estavam na prisão durante a noite também morreram. O oficial não deu mais detalhes sobre as vítimas, mas disse que quatro promotores foram nomeados para investigar o que aconteceu na delegacia.
O caso foi um dos piores desastres em prisões do país, onde grupos de direitos humanos reclamam de péssimas condições para os prisioneiros. Em 1994, um incêndio em uma cadeia no Estado de Zulia matou mais de 100 presos.
[…]
O diretor da Window to Freedom, Carlos Nieto Palma, disse que as autoridades têm grande parte de culpa pelo ocorrido por causa das péssimas condições das delegacias. O grupo disse que a superlotação se tornou comum em todo o país. Presos são mantidos em espaços improvisados e sem estrutura por longos períodos de tempo à espera do julgamento.
Como alguém pode falar em direitos humanos e defender a Venezuela de Maduro ao mesmo tempo? O que dizer, então, de Cuba, que há décadas prende, mata e oprime seus cidadãos? E essa notícia também, fresquinha, de que várias cristãs do grupo Mulheres de Branco foram espancadas e presas pelas autoridades a mando de Castro?
São todas mulheres, filhas, esposas e mães de presos políticos, que tentam protestar pacificamente por melhores condições para seus parentes, ou liberdade. A repressão ao protesto foi brutal, a liberdade de expressão não existe, e elas sequer podem frequentar a igreja! Que tipo de direitos humanos existe em Cuba? E qual a postura oficial do PSOL sobre isso?
Marielle não está mais entre nós. Mas seus companheiros de causa sim. E eles tentam usar sua morte para enaltecer sua causa. Mas que causa era essa? Marielle lutava mesmo por direitos humanos, por igualdade? Seu PSOL luta mesmo por essas bandeiras? Então onde estão as veementes condenações aos abusos e atrocidades desses regimes socialistas, elogiados pelo partido?
Respeitar a morte de uma pessoa – de qualquer pessoa – é um ato humano e civilizado. Daí a transformar em santa alguém que defendia tais regimes, e ainda por cima destacar como motivo para a canonização justamente essa sua luta político-ideológica, aí já é demais. A extrema-esquerda, infiltrada na mídia, está chamando a todos nós de otários. Esqueceu que existem as redes sociais…
Rodrigo Constantino
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