quinta-feira, 29 de março de 2018

Brasil cai em ranking da presença das mulheres no Poder Executivo

Conforme levantamento, país ocupa a 161ª posição de 186 nações pesquisadas

Número de ministras caiu no Brasil, ressalta levantamento | Foto: Beto Barata / PR / CP

Número de ministras caiu no Brasil, ressalta levantamento | Foto: Beto Barata / PR / CP

O Brasil ocupa a 161ª posição no Ranking de Presença Feminina no Poder Executivo, dentre os 186 países analisados pelo Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI) – 2018. O ranking é baseado em um índice que sintetiza dados que medem a representatividade feminina nas chefias de governo; a representatividade nas chefias de Estado; o número e a proporção de habitantes governados por mulheres e a proporção de cargos em ministérios ocupados por lideranças femininas.

Os dados do projeto são baseados em informações das Nações Unidas, do Banco Mundial e do instituto de pesquisas The Heritage Foundation. A análise considerou 186 países reconhecidos pela ONU. Também foram coletados dados específicos em consulados e espaços oficiais dos países participantes. No caso do Brasil, foram considerados dados primários e públicos do Tribunal Superior Eleitoral, do IBGE e da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Sead).

Segundo o ranking atual, os dez primeiros países com presença política de lideranças femininas no Executivo são: Nova Zelândia, Chile, Reino Unido, Suíça, Ilhas Marshall, Myanmar, Islândia, Noruega, Peru e Alemanha. Todos eles possuíam mulheres como chefes de Governo, sendo que cinco dessas nações também contam com mulheres como chefes de Estado. Mas, mesmo nesses dez países mais bem colocados, a média de mulheres em ministérios é de 28,5%, o que está longe de representar o percentual de mulheres na população mundial, que é de pouco menos da metade do total. De acordo com as Nações Unidas, existem no mundo 101,8 homens para cada 100 mulheres.

Quando comparados continentes, o que está melhor posicionado é a Europa, onde as mulheres ocupam 20,4% das cadeiras de chefias de governo totais. O mesmo ocorre com a proporção média europeia de mulheres ocupantes de cargos político-administrativos de primeiro escalão: elas estão em 24,7% dessas posições no continente. As Américas juntas estão na segunda posição, seguida pela Ásia e pela África subsaariana, conforme divisão territorial estabelecida na pesquisa. Em último lugar está o norte da África, onde não há mulher como chefe de governo.

A cada dez chefes de governo, nove são homens

De acordo com o PMI, a média mundial de representatividade feminina em chefias de governo é de 7,53%. Já a proporção de mulheres que ocupam cargos em ministérios é de 18,4%. “Nós estamos mostrando que 92% dos chefes de governo no mundo são do sexo masculino. A representatividade das mulheres é muito baixa”, enfatiza Marlene Machado, diretora executiva do projeto. Uma situação que encontra eco na história: desde 1940 até hoje, detalha o estudo, apenas 135 mulheres foram chefes de governo, em 73 países.

Outro elemento histórico que ajuda a explicar a situação é o acesso ao voto. A Nova Zelândia, primeira colocada no ranking, é também a que detém o direito ao voto feminino há mais tempo: 125 anos. Lá, o direito foi garantido apenas quatro anos após os homens terem votado pela primeira vez. Austrália, Finlândia e Noruega vêm logo em seguida com 124, 112 e 105 anos de direito ao voto feminino, respectivamente. No Brasil, os homens votam desde 1891, mas as mulheres só passaram a votar e poder serem votadas em 1932, portanto há 86 anos. A diferença do tempo de homens e mulheres como votantes aqui é de 41 anos.

Brasil caiu no ranking

No ano passado, o Brasil estava em 115° lugar no ranking mundial. Agora, o resultado mostra que a inserção das mulheres brasileiras em cargos de chefia é uma das piores no mundo e a pior da América Latina. A desigualdade fica nítida quando analisadas as eleições presidenciais, para governo dos estados e também para as prefeituras das capitais, bem como a composição ministerial e dos secretariados, evidencia a pesquisa.

As mulheres eram três dos 11 postulantes à Presidência da República nas últimas eleições no Brasil. A vencedora, Dilma Rousseff, foi a única mulher a ocupar o cargo, o que ocorreu em 2010 e em 2014. Nos ministérios, a participação das mulheres era de 4% do total em 2016. Hoje é ainda menor: 96,5% dos cargos de ministro estão ocupados por homens, segundo o PMI.

No caso dos governos estaduais, analisando as eleições de 1992 até 2014, o estudo mostra que o melhor ano em representatividade feminina foi 2006, quando três mulheres foram eleitas governadoras. Nas últimas eleições, em 2014, apenas uma mulher foi eleita: Suely Campos, atual governadora de Roraima. O número de cadeiras nos governos estaduais ocupadas por mulheres hoje é o mesmo que o de 24 anos atrás.

Em Roraima, 27% do secretariado é ocupado por mulheres, o que o torna a quarta unidade da federação com maior presença feminina nesses postos. Em primeiro lugar está a Paraíba, com 37,21% de secretarias ocupadas por mulheres, depois Mato Grosso do Sul (30,77%) e Acre (29,17%).

Prefeitas

Quanto às prefeituras, foram analisados 5.477 dos 5.570 municípios brasileiros – diferença decorrente da falta de disponibilização de dados por parte de alguns deles. Ao todo, no Brasil, existem 4.838 prefeitos do sexo masculino e apenas 639 prefeitas mulheres. A pesquisa também aponta que muitas das atuais prefeitas já disputaram reeleição.

A partir da análise do crescimento da participação nos pleitos e cargos, o projeto estimou que a igualdade de gênero na titularidade das prefeituras só chegará em 20 anos e meio, ao passo que 47 anos e 9 meses serão necessários para que as mulheres consigam ocupar metade das cadeiras para governadores estaduais.


Agência Brasil e Correio do Povo



O ministro da Cultura de Bolsonaro

No Twitter, Jair Bolsonaro expressou seu desejo de ver Alexandre Frota como ministro da Cultura... [ leia mais]

PT muda cronograma de caravana

Lula cancelou sua passagem por Guarapuava (PR) na... [ leia mais]



O STF e o "cruzado de direita" de Bolsonaro

Os ministros do STF deveriam assistir ao vídeo que mostra a recepção a Jair Bolsonaro em Curitiba... [ leia mais]

Antes de engenheiros, o país precisa de juízes de verdade no STJ e STF

O Estadão aponta, em editorial, como a falta de engenheiros, em especial nas áreas tecnológicas, afeta o desenvolvimento nacional... [ leia mais]

Kinga, a mulher Neandertal

O Museu do Homem, em Paris, abre a exposição "Neandertal", para mostrar como esse parente do Homo Sapiens, extinto há 28...[ leia mais]


Facebook terá de excluir informações falsas sobre Marielle

A Justiça do Rio ordenou que o Facebook exclua "informações falsas de conteúdo criminoso" sobre Marielle Franco... [ leia mais]

A causa da violência política é o estupro sistemático da lei

Colunistas gritam contra o aumento da violência política.

Está certo... [ leia mais]

Cardozo e a balela da "forte reação social" à prisão de Lula

José Eduardo Cardozo, em entrevista à Folha, disse que haverá "forte reação social" se Lula for preso... [ leia mais]

Sessão para discutir a paz

Cristovam Buarque, no plenário do ... [ leia mais]



Temer sobre tiros na caravana de Lula: "Uma pena"

Michel Temer, à Rádio Bandnews de Vitória, disse ser "uma pena" que ônibus da caravana de Lula tenham sido atingidos por tiros.

"É uma pena que tenha acontecido isso... [ leia mais]

Mais uma PEC para prisão na 2ª instância

Além da PEC de Alex Manente, do PPS de São Paulo, o deputado Onyx Lorenzoni, do DEM do Rio Grande do Sul, protocolou ontem, na Câmara, uma proposta para "clarificar na Constituição"... [leia mais]

Nenhum comentário:

Postar um comentário