sexta-feira, 30 de março de 2018

Barroso cita "risco concreto de destruição de provas" ao autorizar prisões

Ministro do STF tomou a decisão no âmbito do inquérito sobre o Decreto dos Portos

Ministro do STF tomou a decisão no âmbito do inquérito sobre o Decreto dos Portos | Foto: Nelson Jr. / STF / CP

Ministro do STF tomou a decisão no âmbito do inquérito sobre o Decreto dos Portos | Foto: Nelson Jr. / STF / CP

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que mandou prender aliados e amigos do presidente Michel Temer citou em seu despacho autorizando a deflagração da Operação Skala "risco concreto de destruição de provas". O magistrado autorizou 13 mandados de prisão temporárias e 20 de busca e apreensão. O inquérito que investiga irregularidades no Decreto dos Portos é um desdobramento da Operação Patmos.

Barroso tomou a decisão a partir de alegações da Procuradoria-Geral da República, que requereu a prisão do empresário e advogado José Yunes, do ex-ministro Wagner Rossi (MDB), do empresário Antônio Celso Grecco (Grupo Rodrimar), e do coronel da reserva da PM de São Paulo João Batista Lima Filho, todos capturados nesta quinta-feira. Também foram expedidos mandados de prisão para Milton Hortolan, Eduardo Luíz Brito Neves, Carlos Alberto Costa, Carlos Alberto Costa Filho, Maria Eloisa Adenshon Brito Neves, Rodrigo Borges Torrealba e Celina Borges Torrealba.

Marun diz que prisões da PF não enfraquecem governo e Temer

Agentes da PF, por ordem de Barroso, fizeram buscas em diversos endereços, inclusive na sede da Rodrimar, em Santos (SP). As investigações da PF e da Procuradoria apontam para "uma efetiva possibilidade de um esquema contínuo de benefícios públicos em troca de recursos privados para fins eleitorais". O inquérito indica que o esquema vigora há pelo menos vinte anos no setor de portos.

O ministro proibiu expressamente que a Polícia Federal preste informações sobre as diligências, realize coletivas sobre o assunto. "Qualquer esclarecimento (deve) ser prestado por meio de nota da Procuradoria-Geral da República", determinou Barroso. O magistrado autorizou que o Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal e a Receita Federal possam ter acesso aos arquivos eletrônicos apreendidos na operação.

Além das prisões, o ministro do STF determinou a intimação para depoimento de quatro pessoas, entre elas, a arquiteta Maria Rita Fratezi, esposa do Coronel Lima e sócia do marido na PDA Projeção e Direção Arquitetônico Ltda. "Trata-se da empresa que realizou a reforma de alto custo em imóvel da senhora Maristela Temer, filha do Excelentíssimo Senhor Presidente da República. Há informações sobre pagamentos de altos valores em espécie", destacou Barroso. Edson Coelho Araújo, Almir Martins Ferreira e Zuleika Borges Torrealba, também foram intimidados a depor. Zuleika, de 85 anos, deve ser ouvida onde for encontrada.

Operação Skala

QUEM SÃO OS PRESOS

DEMAIS ALVOS:

Eduardo Luiz de Brito Neves

Gonçalo Torrealba

Ana Carolina Borges Torrealba

Rodrigo Borges Torrealba

Maria E. Adenshon Brito Neves

Carlos Alberto Costa Filho

Carlos Alberto Costa

  • José Yunes
    Advogado, amigo e ex-assessor de Temer

  • Antônio Celso Greco
    Empresário, dono da empresa Rodrimar

  • João Batista Lima
    Ex-coronel da Polícia Militar de SP e amigo de Temer

  • Wagner Rossi
    Ex-deputado, ex-ministro e ex-presidente da estatal Codesp

  • Milton Ortolan
    Auxiliar de Wagner Rossi

  • Celina Torrealba
    Uma das donas do grupo Libra

Estadão e Correio do Povo


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