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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Trensurb apresenta argumentos sobre reajuste à Justiça

Representantes da empresa também conversaram com o Procon RS sobre aumento de 94% na passagem

Reajuste na Trensurb gerou protestos | Foto: Ricardo Giusti / CP Memória

Reajuste na Trensurb gerou protestos | Foto: Ricardo Giusti / CP Memória

A Trensurb, a Metroplan e a Advocacia-Geral da União (AGU) já se manifestaram nos autos da ação popular movida em 6 de fevereiro, na Justiça Federal, por integrantes do PSol e pelo presidente do Sindimetrô-RS, Luis Henrique Chagas. Tanto a Metroplan quanto a AGU encaminharam respostas na segunda-feira e a Trensurb enviou a documentação nesta terça-feira, último dia do prazo determinado pela juíza substituta Ana Maria Wickert Theisen para manifestação dos réus.

A partir de agora, com o prazo finalizado e todas as manifestações entregues, a juíza analisará toda a documentação, o que inclui os argumentos dos autores da ação popular e também a manifestação dos réus. Com base nas argumentações, será proferida a decisão, o que deve ocorrer ainda esta semana.

Além disso, pela manhã, a diretoria do Procon RS e a Trensurb realizaram uma reunião. O encontro foi motivado pelo aumento de 94% da tarifa dos trens urbanos, que saltou de R$ 1,70 para R$ 3,30. De acordo com a diretora do Procon RS, Maria Elizabeth Rosa Pereira, a reunião foi muito produtiva. “A partir de uma análise preliminar no protocolo da defesa, entendemos que a aplicação de um reajuste tão representativo ainda não nos convence. Mesmo que a justificativa seja a questão dos 10 anos sem aumento da tarifa. O consumidor não pode ser onerado de uma vez só”, ressaltou.

Segundo ela, o aumento deveria ter sido próximo da inflação. “Eles poderiam ter aplicado um reajuste gradual. A empresa já vinha com prejuízo nos anos anteriores, portanto não foi uma ocorrência deste momento”, argumentou. A partir da documentação entregue ao Procon RS, Maria Elizabeth informou que será feita uma análise aprofundada “para verificar realmente o que aconteceu”.

“O mais importante de tudo isso é que a Trensurb se mostrou realmente disposta a conversar”, enfatizou. Conforme Maria Elizabeth, a proposta do Procon RS é que a empresa aceite recuar do aumento de 94% e avalie a possibilidade de disponibilizar a tarifa na faixa de valor entre R$ 2,50 e R$ 3.

Trensurb havia solicitado aumento para R$ 2,50

Em maio de 2017, a empresa realizou um estudo internamente e, com base nos dados levantados, encaminhou um pedido de reajuste de 47% ao Ministério das Cidades. Se aprovado, a tarifa passaria de R$ 1,70 para R$ 2,50. Esse é o valor que o Procon RS pede que seja colocado em prática.

“Entendo que este seria um patamar muito aceitável. Nós temos duas soluções: ou a jurídica, ou a negociada”, destacou. O Procon RS deve agendar um encontro com os integrantes do PSol e com o presidente do Sindimetrô-RS, Luis Henrique Chagas, para dialogar sobre a possibilidade de negociação do reajuste da tarifa. “A empresa sinalizou positivamente à negociação”, afirmou. A intenção do Procon RS é chegar a um consenso sobre a questão nesta semana.


Correio do Povo

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