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sábado, 24 de fevereiro de 2018

Moro ordena nova perícia em sistemas da Odebrecht, na ação do sítio de Atibaia

Esta é a segunda perícia ordenada pelo juiz da sobre sistemas de propina da construtora

Moro ordena nova perícia em sistemas da Odebrecht, na ação do sítio de Atibaia | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP

Moro ordena nova perícia em sistemas da Odebrecht, na ação do sítio de Atibaia | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP

O juiz federal Sérgio Moro determinou nesta sexta-feira que a Polícia Federal faça mais uma perícia sobre os sistemas de propina da Odebrecht. Desta vez, o magistrado ordenou que a PF faça uma varredura para "identificar e extrair eventuais lançamentos e documentos" que tenham relação com as reformas do sítio de Atibaia (SP).

Neste processo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. "Determino a realização de perícia nos sistemas de contabilidade informal do Grupo Odebrecht, já na posse da Polícia Federal, a fim de identificar e extrair eventuais lançamentos e documentos que digam respeito ao objeto da presente acusação (reforma do Sítio em Atibaia pelo Grupo Odebrecht)", decidiu o juiz. "A perícia deverá ser finalizada no prazo máximo de trinta dias, contados do encaminhamento dos quesitos e da decisão à Polícia Federal." Lula já foi condenado na Operação Lava Jato.

Em janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) aumentou a pena do petista para 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado, por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá (SP). O magistrado concedeu cinco dias para os réus apresentarem quesitos que deverão ser respondidos no laudo e para a indicação de assistente técnico. Na decisão, Moro formulou três questionamentos para a perícia. "Solicita-se que seja verificado se o sistema de contabilidade informal do Grupo Odebrecht, na posse dos peritos da Polícia Federal, contém documentos ou lançamentos que possam estar relacionados com o objeto da presente ação penal, reforma do Sítio em Atibaia pelo Grupo Odebrecht em benefício do acusado Luiz Inácio Lula da Silva", anotou o juiz. "Se positivo devem ser discriminados os encontrados e as características dos arquivos respectivos, bem como quanto a sua autenticidade e integridade." "Solicita-se que seja verificado se os documentos já juntados aos autos, encontram-se no sistema e se positivo devem ser informadas as características dos arquivos respectivos, bem como quanto a sua autenticidade e integridade."

Esta é a segunda perícia ordenada pelo juiz da Lava Jato sobre os sistemas de propina da Odebrecht. Na sexta, a Polícia Federal entregou laudo em ação penal sobre supostas propinas da empreiteira para o ex-presidente. Foram verificados 11 discos rígidos e dois pendrives. Ao juiz Moro, a PF afirmou que "foram identificados 842 arquivos, de um total de 1.912.667 arquivos, correspondendo a 0,043%, que apresentam não conformidades'. A perícia achou 607 divergências nos discos 1 e 4, um total de 230 nos discos 5 a 9 e outras cinco nos discos 10, 11 e no pendrive 1.

A perícia identificou os pagamentos da empreiteira, no Brasil e no exterior, para a compra do terreno do Instituto Lula. Os documentos comprovam as declarações do empresário Marcelo Odebrecht que, em delação premiada, afirmou ter combinado com o presidente do Instituto Paulo Okamotto e o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, a compra do terreno. Sergio Moro deu prazo de 15 dias para a defesa de Lula e para o MPF analisarem os arquivos periciados.


Estadão Conteúdo e Correio do Povo

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