Mudanças. Eleitores aprovaram que cargo seja ocupado por uma mesma pessoa por apenas dois mandatos. Rafael Correa, adversário do atual presidente, comandou país por dez anos
Os equatorianos aprovaram em votação realizada no domingo o fim da reeleição indefinida, limitando a até dois mandatos o período em que uma pessoa possa exercer a Presidência. A decisão, que teve o apoio de 65,7% dos eleitores, elimina as chances de retorno ao comando do país de Rafael Correa. O ex-presidente ocupou o cargo por 10 anos, entre 2007 e 2017. ele era visto como principal concorrente ao atual presidente e seu ex-aliado político, Lenín Moreno.
“Hoje, a democracia triunfou de maneira contundente com o 'sim'. Hoje, todos nós manifestamos de maneiras clara, livre e democrática o futuro que queremos para nossos filhos.”
LENÍN MORENO, PRESIDENTE DO EQUADOR
A reeleição indefinida foi um projeto de Correa aprovado pelo Congresso em 2015.
“A vitória do voto 'sim' abre o caminho para que possamos trabalhar juntos. O confronto é uma coisa do passado. Os antigo políticos não voltarão”, disse Moreno durante pronunciamento televisionado na noite de anteontem.
O ex-presidente, que vive atualmente na Bélgica e veio ao Equador para justificar seu voto, disse em seu Twitter ser perseguido por Moreno. Ele comparou sua situação a de outros ex-líderes da esquerda na América Latina. “É a nova estratégia da direita para destruir os dirigentes progressistas, como fizeram com Dilma, Lula ou Cristina [Kirchner, na Argentina].”
O Conselho Nacional Eleitoral informou que 74% dos cerca de 13 milhões de cidadãos aptos para votar compareceram às urnas no domingo.
Além da questão sobre o fim da reeleição indefinida, os equatorianos responderam outras seis perguntas. O “sim” venceu em todas elas. Os eleitores aprovaram o fim da vida política para os condenados por corrupção, a reestruturação do Conselho de Participação Cidadã e Controle Social, o fim da prescrição em casos de violência sexual contra crianças e adolescentes, a proibição da mineração em áreas protegidas centros urbanos, a revogação da lei para evitar especulação imobiliária e a redução da área de exploração petroleira no Parque Nacional Yasuni.
As reformas serão implementadas pela Assembleia Nacional do Equador, que informou ontem já ter dado início ao processo.
“Nenhum movimento por sí só pode alcançar 35% em tão pouco tempo em luta tão desigual. Não podemos aceitar em um Estado de Direito tamanho rompimento constitucional. Até a vitória sempre.”
RAFAEL CORREA, EX-PRESIDENTE
RESULTADO FINAL
Limite para reeleição
65% A FAVOR
35% CONTRA
Corruptos fora da política
74% A FAVOR
26% CONTRA
Fonte: Metro Jornal, página 10 de 6 de fevereiro de 2018.
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