Segundo estudo da FEE, política monetária pode também ter dificultado a retomada do crescimento no país
Manutenção pode também ter dificultado a retomada do crescimento no país | Foto: Alina Souza
Apesar de o Banco Central do Brasil (BC) justificar o aumento da taxa de juros e sua manutenção em patamares elevados por longos períodos nas quedas das taxas de inflação, isso pode ter refletido no aumento do desemprego e na dificuldade de retomada de crescimento. É o que indica o estudo do economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Bruno Paim, que integra a Carta de Conjuntura da entidade, divulgada nesta terça-feira em Porto Alegre.
"O que eu apresento é que as taxas (de inflação) talvez caíssem a mesma coisa, mantivessem essa queda", resumiu o economista. Segundo ele, a hipótese é considerada porque o foco do aumento anterior foi em alimentos, cuja flutuação ocorre principalmente devido a condições climáticas e não pela política monetária. Outra questão são os combustíveis e a energia, que também são preços administrados e não suscetíveis a essa política.
A taxa básica está em patamar elevado desde julho de 2015 (14,25%), passando a 7% em dezembro do ano passado. A justificativa tem sido sempre de produzir o arrefecimento da inflação, que, de 2015 para 2017, foi reduzida de 10,7% para 2,95%. Outra explicação para o aumento da taxa é responder à baixa atividade econômica, que acumulou 11 trimestres consecutivos de queda.
"Questiono se aquela elevação deveria perdurar por tanto tempo, dado que suas causas não estão sujeitas a ação da política monetária", comenta Paim. O economista da FEE não descarta que possa ter ocorrido um excesso na condução da política por parte do Banco Central.
Correio do Povo
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