Qual o bairro com mais assassinatos em Porto Alegre? E com menos? Veja no Raio X da Violência

Nova ferramenta interativa de GaúchaZH permite cruzar dados colhidos pela editoria de Segurança desde 2011, disponibilizando um retrato detalhado dos assassinatos ocorridos na Capital

EDUARDO TORRES

GaúchaZH lança nesta sexta-feira (21) o Raio X da Violência, nova ferramenta feita a partir de levantamento organizado pela editoria de Segurança desde o começo de 2011. São pelo menos 3.697 pessoas mortas em homicídios e latrocínios em mapa agora disponível publicamente, com atualizações diárias. Entre os recortes trágicos dessa contagem, a perda de jovens é a que deixa marcas de maior prejuízo para o futuro da cidade.

Raio X da Violência: clique aqui para acessar o mapa interativo

Confira a seguir algumas das conclusões feitas com base no levantamento:

LEIA MAIS

• Crime avança no vácuo do Estado: dois bairros concentram 17% dos assassinatos da Capital

  

• Mapeamento de assassinatos serve de ferramenta para fomentar soluções

  

• VÍDEO: a história de Joel, um dos 3.694 assassinados em Porto Alegre desde 2011

  

• Com pelo 446 assassinatos, o bairro Rubem Berta é onde mais aconteceram mortes em Porto Alegre. Proporcionalmente, porém, o bairro mais violento da Capital é o Serraria, com taxa de 11,8 mortos para cada 10 mil habitantes, em média, a cada ano. Quase 12 vezes mais do que o considerado aceitável pela ONU.

• Os bairros Três Figueiras, Bela Vista e Pedra Redonda não registraram assassinatos neste período.

• Com pelo menos oito casos, o Centro é o bairro com maior número de latrocínios no período. No entanto, o bairro Petrópolis é, proporcionalmente, o mais propenso a este tipo de crime. Foram 4 casos no bairro, ou 28,5% dos assassinatos totais nessa área. NaVila Ipiranga e no Passo d'Areia, ocorreram outros 4 latrocínios em cada um. Ambos, correspondem a mais de 20% dos assassinatos. Os latrocínios correspondem a 3,7% dos crimes do total na Capital.

• Os bairros Rubem Berta (29), Mario Quintana (24) e Restinga (23) tiveram os maiores números de mulheres vítimas. No entanto, proporcionalmente, o bairro Praia de Belas, com 4 vítimas, representando 23,5% dos crimes do bairro, apresenta o maior índice da Capital. As mulheres representam 7,07% das vítimas de assassinatos na cidade.

• A maior parte das vítimas de assassinatos em Porto Alegre tem entre 18 e 35 anos, totalizando pelo menos 41,7% dos casos. Quando se trata de latrocínios, a média de idade sobe. São pelo menos 44,6% na faixa entre 25 e 49 anos.

• A expectativa de vida ao nascer na região Central de Porto Alegre, onde estão os bairros com menos assassinatos, é de 80,7 anos. Na região Nordeste, onde fica o bairro Mario Quintana, é de 71,7 anos. A média da Capital é de 76,4 anos.

• No bairro Pedra Redonda, onde não foram registrados assassinatos no período, o rendimento médio do responsável pelo lar é de 18,2 salários (o maior da Capital). Enquanto na Serraria, que tem o maior índice de homicídios — 11,8 para cada 10 mil habitantes por ano —, a média salarial do responsável pelo lar é a menor da cidade: 1,5 salário.

• A Serraria também tem o maior índice de analfabetismo da Capital, de 8,2% da população, enquanto oBela Vista, onde não foram registrados assassinatos desde 2011, a taxa é de 0,34%, a menor da cidade.

• Em 2010, o bairro Sarandi tinha a maior população adolescente da Capital (10,6 mil pessoas). Entre 2011 e setembro de 2017, as vítimas jovens corresponderam a 18,7% dos pelo menos 219 assassinatos no bairro, que tem taxa média de 3,5 mortes para cada 10 mil habitantes por ano. No bairro Jardim Lindóia, havia apenas 548 adolescentes em 2010. Não houve jovens assassinados neste bairro no período.

Gaúcha ZH