Índice divulgado pelo IBGE mostra que País alcançou R$ 1,639 trilhão em valores correntes
PIB avança 0,2% no segundo trimestre de 2017 | Foto: Marcos Santos / USP Imagens / CP
O Produto Interno Bruto (PIB) variou 0,2% na comparação do segundo contra o primeiro trimestre de 2017, na série com ajuste sazonal, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o segundo trimestre de 2016, o PIB variou 0,3%.
No acumulado em quatro trimestres, o PIB caiu 1,4% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Já no primeiro semestre de 2017, o PIB apresentou variação nula em relação ao primeiro semestre de 2016. Em valores correntes, o PIB no segundo trimestre de 2017 alcançou R$ 1,639 trilhão.
Consumo das famílias se destaca na comparação com 1º trimestre
De acordo com o IBGE, a Agropecuária registrou variação nula (0,0%), a indústria caiu 0,5% e os serviços cresceram 0,6%. Na área industrial, houve queda de 2,0% na construção e de 1,3% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana. A extrativa mineral variou 0,4% e a indústria de transformação manteve-se praticamente estável (0,1%).
Nos serviços, tiveram resultado positivo: comércio (1,9%), atividades imobiliárias e outros serviços (0,8%) e atividade de transporte, armazenagem e correio (0,6%). Os serviços de informação caíram 2,0% e as atividades de administração, saúde e educação pública (-0,3%) e de intermediação financeira e seguros (-0,2%) registraram variações negativas.
Pela ótica da despesa, o consumo das famílias voltou a crescer após nove trimestres, com expansão de 1,4%. Já o consumo do governo (-0,9%) e a Formação Bruta de Capital Fixo (-0,7%) registraram queda. No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços registraram variação positiva de 0,5%, enquanto que as importações de bens e serviços caíram 3,5% em relação ao primeiro trimestre de 2017.
Agropecuária cresce e indústria cai em comparação com 2016
Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB apresentou variação positiva de 0,3% no segundo trimestre de 2017, após 12 trimestres consecutivos com resultados negativos. O Valor Adicionado a preços básicos teve variação positiva de 0,3% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios mantiveram-se praticamente estáveis (0,1%).
Dentre as atividades, a agropecuária cresceu 14,9% em relação ao segundo trimestre de 2016. Este resultado pode ser explicado, principalmente, pelo desempenho de alguns produtos que possuem safra relevante no segundo trimestre e pela produtividade, conforme o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de agosto. Com exceção do café, que apresentou queda de 7,0% na estimativa de produção anual, as demais culturas apontaram crescimento na estimativa de produção anual e ganho de produtividade: milho (56,1%), soja (19,7%) e arroz (16,3%).
A Indústria sofreu queda de 2,1%. Nesse contexto, a indústria de transformação caiu 1,0%, influenciada, principalmente, pelo decréscimo na produção de equipamentos de transporte (exceto veículos automotivos), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, e de alimentos e bebidas.
Correio do Povo
DÓRIA PODERIA CONHECER AS IDEIAS DE JACQUES SÉGUÉLA! EX-BLOG ENTREVISTA CESAR MAIA!
1. Ex-Blog: O prefeito Dória, de S. Paulo, é um candidato competitivo a presidente? CM: O método que adotou é de alto risco. Antes de completar seis meses como prefeito –seu primeiro mandato- adota uma política de superexposição. Com isso, ganha notoriedade por um lado e, com as lupas próximas à pele, suas “marcas” vão sendo conhecidas.
2. Ex-Blog: Que marcas são essas? CM: Internamente a seu partido e ao governador Alckmin, que o apoiou nas primárias contra as principais lideranças do PSDB, surge uma “marca” de inconfiável para alguns e traidor para outros. E antes mesmo de alcançar a condição de Bispo, se comporta como Cardeal. Por outro lado, sendo um outsider, passa a ser enquadrável num modelo que tem crescido muito nos últimos anos, o da antipolítica. Com esse modelo se elegeu prefeito de S. Paulo e com sua atuação posterior esse modelo foi reforçado.
3. Ex-Blog: Mas que riscos são esses que você cita? CM: Na política a ascensão é como uma escada que se sobe degrau a degrau. Se escorrega, cai um ou dois degraus. Mas quando se tenta subir correndo, preferindo a ladeira da política, num escorregão se rola para baixo em grande velocidade.
4. Ex-Blog: Esses atos de superexposição de Dória podem ser classificados como factoides que, aliás, você destacou? E com você foi também um erro? CM: Vejamos. Quando usei a expressão factoides, ainda em 1993, a partir de um artigo da professora Stella Senra, da Universidade de Juiz de Fora, procurava destacar os fatos carregados de imagens, a imagem atraindo e comunicando. Mas em função de meus excessos, a tradução dada pelo noticiário passou a ser de entender como fatos fakes. E foi isso que pegou.
5. Ex-Blog: E quais foram as consequências? CM: Depois de uma curva de popularidade, essa inverteu e entrei numa curva de impopularidade crescente. E, para reverter essa tendência, tive que mergulhar e refletir muito. Adjetivações como “maluquinho” poderiam ter desdobramentos diversos de opinião. Finalmente consegui que a expressão viesse associada a “corajoso”, prefeito capaz de enfrentar desafios. Depois do tornado de fevereiro de 1996 no Rio, essa curva foi revertida e na eleição de 1996 elegi meu sucessor e saí da prefeitura com grande popularidade e aprovação. Mesmo que o ato final tenha sido esse, eu não repetiria a experiência, pois no meio do caminho o risco é grande e a família e os amigos sentem muito.
6. Ex-Blog: Você acha que é muito cedo para Dória se colocar como candidato a presidente? CM: Certamente; e por várias razões. O entorno do político em ascensão o estimula a dar um salto tríplice, estimulados pela expectativa de poder. É um projeto mais do entorno do que do político e potencial pré-candidato. Há também uma questão que deve ser bem pensada pelos políticos e pelos analistas. A competência e capacidade pessoais de um político são atributos
necessários, mas não são suficientes. A experiência política em eleições de governador e presidente é fundamental. De outra forma, a escolha do presidente seria por concurso público e não por eleição.
7. Ex-Blog: Que referências você sugere aos prefeitos, governadores e especialmente aos presidentes? CM: Para simplificar, dividamos a comunicação política em duas escolas: a norte-americana e a europeia, especialmente a francesa. Na norte-americana, os assessores de imagem (publicitários) dos presidentes, desde 1980, têm como slogan “todo dia é dia de eleição”. Numa analogia com a natação, é o nado borboleta. Esse é um método de alto risco para presidentes, principiantes na política, como atualmente o Trump.
8. Ex-Blog: E a escola francesa? CM: Na escola europeia/francesa eu destacaria Jacques Séguéla, assessor de imagem de François Mitterrand. Séguéla assessorou Mitterrand com duas ideias de força. Primeira. No exercício do poder, a superexposição ao sol traz queimaduras de terceiro grau. No cotidiano há que emergir e submergir. Numa analogia com a natação, é o nado de peito. Segunda. A política é semelhante ao teatro. Mas apenas semelhante. No teatro, o ator muda de personagem e continua a produzir emoções. Mas quando o político muda de personagem, nunca, ou quase nunca, sobrevive.
Ex-Blog do Cesar Maia
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