1. O depoimento de Palocci, preliminar de delação premiada, inaugura o multiplicador horizontal (quando político delata político) na Lava-Jato. Na operação Mãos Limpas isso ocorreu logo no início e o número de denunciados foi cinco vezes maior que no Brasil, até agora.
2. A condenação de ex-chefes de governo na Itália tem estimulado a Lava-Jato, pois a “corrupção sistêmica”, como se denominou na Operação Mãos Limpas, passa a ter um multiplicador ainda mais devastador, atingindo o xadrez partidário.
3. Se o prefeito Dória não trocar de partido, terá uma surpresa nas convenções de 2018: não será candidato nem a presidente nem a governador. Terá que fazer outra opção.
4. A cada dia que passa, a hipótese da antipolítica vencer as eleições presidenciais de 2018 cresce. E as pesquisas não anteciparão nomes. Só em campanha se saberá os antipolíticos competitivos.
5. Berlusconi, eleito no pós Operação Mãos Limpas, ajudou a desintegrar os 2 grandes partidos: Democracia Cristã e Partido Socialista. Era o novo, o empresário competente e bem sucedido, midiático por profissão, presidente do Milan. Afirmava seu compromisso com a Operação Mãos Limpas; Depois de eleito foi o que se viu, inclusive o estímulo a nova legislação que “cortou as asas” das investigações.
6. Economistas sêniores afirmam que o déficit fiscal brasileiro atual tem um efeito keynesiano. Sem ele, a recuperação econômica teria um voo de barata e a recessão voltaria com maior força que a dos últimos anos. Por isso a importância da reforma da previdência, cujo efeito fiscal virá no médio prazo, quando a recuperação econômica atual ganhar um patamar sustentável.
7. Se a eleição presidencial de 2018 é imprevisível, tanto ou mais serão as eleições de governadores, especialmente nos estados maiores.
8. No Brasil já se sente o mesmo efeito da crise política que nos países da Europa e Estados Unidos. A mobilização dos jovens caminha majoritariamente para a direita. Na América do Sul, essa tendência começou no Peru e se expande.
Ex-Blog do Cesar Maia
Jovem sequestrado é a nona vítima executada a tiros em Gravataí em três dias
Outras nove pessoas sobreviveram baleadas aos ataques, que deixam autoridades policiais em alerta
Vitor Rosa
vitor.rosa@rdgaucha.com.br
Foto: Brigada Militar /Divulgação
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A localização do corpo de Airton Pereira de Andrade, 23 anos, na madrugada desta segunda-feira (11), marcou a nona execução no município de Gravataí desde as 21h de sexta-feira. Outras nove pessoas sobreviveram aos ferimentos de tiros. Conforme a Brigada Militar (BM), o jovem foi sequestrado por bandidos e levado até a Estrada Municipal, atrás de um condomínio de luxo no bairro Neópolis, onde foi morto com dois tiros pouco antes das 4h.
Os criminosos agiram de forma brutal. De acordo com a Brigada, a vítima estava com as mãos amarradas, apresentava sinais de tortura, e foi empurrada para um barranco antes de ser atingida pelos tiros de escopeta calibre 12 na cabeça.
Segundo o relato de testemunhas à BM, os criminosos estavam em dois carros. Um Clio, usado para levar a vítima até o local e para a fuga instantes depois, e um Doblô, que foi abandonado no local do crime. Uma perícia deve ser realizada no veículo, para verificar vestígios do crime. Os PMs confirmaram que o carro havia sido roubado em janeiro deste ano em Porto Alegre.
Também na madrugada desta segunda-feira, um outro ataque alertou policiais no município. Três pessoas que chegavam em casa na Rua Nestor Jardim, na altura da parada 68, foram atacadas por criminosos que se aproximaram em um Corsa. De acordo com a Brigada, dois homens e uma mulher foram baleados. Um homem ainda segue em atendimento no Hospital Dom João Becker.
Cronologia dos crimes
Horas antes, ainda na noite de domingo (10), dois corpos foram encontrados próximo a uma parada de ônibus na Rua Ari Barroso, no bairro Morada do Vale I. As vítimas apresentavam marcas de tiros, mas ainda não foram identificadas pelas autoridades. A motivação do crime é desconhecida.
Mais cedo, por volta das 10h de domingo, a Polícia Civil localizou dentro de uma casa no bairro Vila Rica os corpos de dois jovens. As vítimas não foram identificadas, mas os investigadores estimam que elas possuam entre 18 e 20 anos. Moradores da região não souberam dar detalhes do ocorrido.
Também no domingo, no final da madrugada, no centro da cidade, duas mulheres e um homem foram baleados em um ataque a tiros na Rua Doutor Luís Bastos do Prado, mesma via onde se localiza o batalhão da Brigada Militar.
Na madrugada de sábado (9), na Avenida Bento Gonçalves, no bairro Barnabé, três homens foram mortos dentro de um Corsa. Duas das três vítimas foram identificadas: Rodrigo Dias Silveira, 23 anos, e Tomas William dos Santos Pinto, 18. Um quarto ocupante do carro, de 28 anos, sobreviveu aos tiros e segue em atendimento no hospital da cidade.
A primeira da sequência de ocorrências violentas foi registrada por volta das 21h30min de sexta-feira (8). O jovem Lucas Mário Peres, 25 anos, foi morto a tiros em uma parada de ônibus na Avenida Ely Correa, no bairro Parque dos Anjos. Duas pessoas que aguardavam no local ficaram feridas a tiro.
O que dizem as autoridades
Responsável pela investigação de todos os casos, o delegado Felipe Borba, da Delegacia de Homicídios do município, prefere aguardar para se pronunciar. Ele somente afirmou que não descarta que os casos estejam relacionados, e que as equipes da delegacia estão apurando todos as ocorrências.
O comandante da Brigada Militar, tenente-coronel Vanderlei Padilha, avalia que os casos estão ligados ao tráfico de drogas.
— Infelizmente, estas situações, em razão da grande quantidade de pessoas que temos entrando para o mundo do crime, são perfeitamente previsíveis. Não temos como prever quando, como e onde haverá os acertos de conta — afirma o coronel.
Ele diz que a Brigada tem reforçado, em Gravataí, o número de barreiras, "para minimizar o trânsito livre de delinquentes com armas". Além disso, ele garante que há mais guarnições fazendo ações nos bairros considerados mais violentos, e que o número de armas apreendidas no município neste ano é "significativo".
— Infelizmente, não temos como mensurar, mas posso garantir em razão da grande quantidade de armamentos que apreendemos rotineiramente que estamos conseguindo inibir homicídios entre os jovens do crime — comentou Padilha.
ZERO HORA
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