Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, prefeito de Porto Alegre disse que manter empresa é inviável da forma como atua hoje
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade na manhã desta quinta-feira (21), o prefeito de Porto Alegre Nelson Marchezan disse que a crise financeira enfrentada pela Carris deverá exigir uma "solução" que poderá ser a privatização ou o encerramento da empresa de ônibus da Capital.
– Precisamos propor uma solução para a Carris, que pode ser venda, privatização, fechamento. Ainda não buscamos as melhores alternativas, pois é um processo que tem muitas opções, e cada uma delas com muitos reflexos – afirmou Marchezan.
LEIA MAIS
O que diz a construtora responsável pelo recapeamento que deveria durar uma década em Porto Alegre
Justiça mantém a gratuidade da segunda passagem em Porto Alegre
Carris paga mais de R$ 1,3 milhão por rodar menos que consórcios privados
Segundo ele, a partir de uma análise financeira feita pela prefeitura, a Carris é inviável – os custos à prefeitura giram entre R$ 50 e R$ 60 milhões por ano.
– O volume colocado em segurança pública, por exemplo, é dezenas de vezes menor do que o que é repassado para a Carris para ela poder funcionar. Precisamos pensar numa solução adequada, onde a prefeitura não precise mais colocar R$ 60 milhões na empresa – afirmou.
Marchezan ainda afirmou que o início do processo de quebra definitiva da Carris se deu a partir de 2011, com o decreto da gratuidade na segunda passagem –em agosto, a prefeitura tentou encerrar o benefício, mas a Justiça manteve a isenção ao aceitar uma liminar.
– A Carris tem uma série de problemas de gestão, mas a segunda passagem foi determinante para a falência absoluta (da empresa) – concluiu.
Além do déficit gerado pela segunda passagem, o prefeito também afirmou que o fato de a Carris ser uma empresa pública e precisar fazer licitações para todas as compras é mais um ponto que dificulta a gestão dos custos da empresa.
– Tudo na Carris precisa ser comprado de acordo com a lei das licitações. Por exemplo, temos ônibus de diversos modelos diferentes, então não conseguimos padronizar a frota, nem a compra de peças. Por isso, também compramos em menor volume, o que aumenta o preço – explica.
Ainda segundo o prefeito, outra grande dificuldade da Carris é a manutenção dos ônibus por conta da falta de peças:
– O índice de roubo de peças na Carris é muito grande. Temos muitos ônibus parados na garagem porque faltam peças para realizar os consertos.
Gaúcha ZH
Nenhum comentário:
Postar um comentário