sábado, 23 de setembro de 2017

General alerta para crime organizado como risco à democracia

Etchegoyen afirmou que tráfico tem patrocinado ascensão política de pessoas ligadas aos seus grupos

Etchegoyen afirmou que tráfico tem patrocinado ascenção política de pessoas ligadas aos seus grupos | Foto: Valter Campanato / ABr / CP Memória

Etchegoyen afirmou que tráfico tem patrocinado ascenção política de pessoas ligadas aos seus grupos | Foto: Valter Campanato / ABr / CP Memória

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Sergio Etchegoyen, alertou nesta sexta-feira, ao proferir palestra em Porto Alegre, que o crime organizado impõem riscos ao processo democrático. Segundo ele, organizações criminosas têm progressivamente patrocinado a ascensão de pessoas ligadas aos seus grupos a cargos com influência sobre decisões políticas.

“Existe risco de influência no processo eleitoral. Nas últimas eleições municipais, dez candidatos foram assassinados. Isso não pode ser encarado como situação corriqueira e as instituições devem estar vigilantes sobre o tema”, comentou, após reproduzir, em um telão, imagens da cena do tiroteio e do pânico levado aos moradores da Rocinha, no Rio de Janeiro, onde o Exército foi chamado a contribuir com as forças de segurança pública.

A palestra, na sede do Tribunal Regional Eleitoral, e foi acompanhada por autoridades políticas, membros do Judiciário e representantes das Forças Armadas. O general destacou que, em sua visão, “não existe o menor risco de intervenção militar”, apesar da crise política no país.

No entanto, ao ser questionado sobre as declarações polêmicas recentemente prestadas pelo também general Antonio Hamilton Martins Mourão, que defendeu o emprego das Forças Armadas em caso de incapacidade das instituições administrarem os efeitos da crise, Etchegoyen evitou se posicionar. "As instituições são fortes, Apesar de todo o problema que atinge a política, as pessoas obedecem às leis, submetem-se às instituições”, analisou. “Mourão é um homem honrado, um grande soldado e meu amigo. Não posso comentar suas declarações.”

O presidente do Tribunal Regional da 4ª Região, desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, presente ao evento, declarou que as ações envolvendo a Operação Lava Jato estão protegidas de ameaças: “O Judiciário atua com a máxima independência. Tenho confiança na contribuição da Lava Jato para superação da crise política”, disse.


Correio do Povo

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