Vítimas conseguiram fugir e avisaram a polícia. Quatros suspeitos foram presos em flagrante no local do cativeiro
Por: Vitor Rosa
Vereador do PSDB em Porto Alegre, Moisés BarbozaFoto: Reprodução / Facebook
O vereador de Porto Alegre Moisés Barboza (PSDB), conhecido como "Maluco do Bem", e o assessor Ronaldo Bittencourt da Silva foram resgatados na madrugada desta sexta-feira (11), após serem vítimas de sequestro na noite anterior.
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Conforme relato de ambos à Polícia Civil, eles haviam saído da Câmara Municipal em um Sandero quando, na Rua Barão do Cerro Largo, próximo à Avenida Padre Cacique, foram fechados por dois carros, por volta de 22h. Uma dupla armada desceu e os rendeu, colocando o vereador no porta-malas do Sandero e o assessor no banco traseiro.
Os bandidos rodaram por várias ruas antes da chegada ao destino final: o cativeiro em uma casa na Estrada Antônio Borges, no bairro Lomba do Pinheiro, na Zona Leste. Eles ainda pararam em um banco e fizeram saques dos cartões do vereador e do assessor. A quantia levada, segundo o registro da ocorrência, é de cerca de R$ 1 mil.
Para os investigadores, foi exatamente no trajeto para o cativeiro que o fato determinante para a ação da polícia ocorreu. Sentado no banco de trás, o assessor teria alcançado um celular para o vereador através de uma fresta no porta-malas. Com o aparelho, Barboza mandou mensagens de socorro a familiares.
Ainda durante a madrugada, Barboza e seu assessor, que estavam amarrados, conseguiram se libertar e fugir para um matagal próximo à casa. Em seguida, se dirigiram até um condomínio, na Rua Dolores Duran, onde pediram socorro e ligaram para a Brigada Militar.
A Brigada Militar já monitorava os bandidos. PMs do setor de inteligência identificaram rapidamente quem estava envolvido após ouvir o relato das vítimas. Para o subcomandante do 19º Batalhão de Polícia Militar, major Cláudio Alonso, a experiência dos brigadianos foi fundamental para localizar o cativeiro.
— Por causa do retrabalho, o brigadiano acaba conhecendo até a família do "meliante". Existem tantas prisões que são feitas do mesmo delinquente pelo mesmo policial que os brigadianos acabam conhecendo toda a família, e é o que aconteceu nesse caso — afirma o oficial.
Na casa, o Sandero roubado das vítimas estava estacionado e foi recuperado pela Brigada Militar. Além disso, cartões de crédito, celulares, tablets e uma aliança de casamento do vereador foram encontrados. Ainda havia no local um revólver calibre 38 e toucas ninja.
Em seu Facebook, Barboza se manifestou brevemente sobre o ocorrido e afirmou estar bem e já com a família. "Passado o susto, tudo bem comigo e com Ronaldo. Estou em casa, me recuperando e descansando".
A quadrilha
Os presos em flagrante pelo crime são Rafael da Luz Ribeiro, de 28 anos, Maria de Deus da Luz Ribeiro, de 23 anos, Franciele da Silva Teixeira, de 27 anos, e Vinicius Severo dos Santos, de 25 anos. Conforme o sistema da Polícia, todos possuem antecedentes criminais. O delegado Carlos Oneo, que atendeu a ocorrência, acredita que eles formem uma quadrilha inexperiente.
— Eles pareciam um tanto desorganizados na forma de agir. Essa expressão foi usada inclusive por um dos bandidos da equipe deles. Felizmente, isso ajudou as vítimas a não sofrerem lesões mais graves — comenta Oneo.
Apesar de não estarem descartadas outras possibilidades, a investigação trata o crime como um sequestro relâmpago. A escolha dos bandidos teria sido aleatória.
Para o delegado, a forma de agir das vítimas foi correta. Ele garante que o parlamentar e o assessor conseguiram "manter a calma, o que contribuiu para a elucidação do fato".
— Acredito que essas vítimas servirão de exemplo para que outras não reajam a esse tipo de fato, mas permaneçam atentas aos criminosos para depois munir a polícia de informações — considera.
O caso será investigado pela 20ª Delegacia de Polícia Iniciando a apuração, o delegado Tiago Baldin, acredita que a motivação dos bandidos era somente o roubo.
— Não há nenhum elemento que mostre premeditação do crime contra a vítima. A tendência natural é de ele que foi escolhido aleatoriamente — entende Baldin.
Zero Hora
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