Vagner Freitas, da CUT, com sua querida “presidenta”. Fonte: IstoÉ
Comentei aqui sobre a postura de “isentão” do jornalista Helio Schwartsman, da Folha, que “ataca” o PT fazendo concessões absurdas e indevidas, inocentando a quadrilha de seu passado igualmente condenável, esquecendo que a turma petista sempre flertou com regimes ditatoriais. Pois bem: em sua coluna no fim de semana, Helio voltou a expor seu ranço esquerdista, demonstrando que é incapaz de fazer uma crítica aos radicais de esquerda sem um elogio em seguida. Morde e assopra.
O que era para ser um bom texto contra o peleguismo sindical, o nefasto imposto sindical, tornou-se um péssimo texto em defesa da mentalidade sindicalista, que bebeu de fontes marxistas e pensa efetivamente que existe a “mais-valia”, que o capital explora o trabalho. Helio Schwartsman quer o fim do indecente imposto sindical, mas de forma “gradual”, e reconhece a importância do papel desses sindicatos:
Se Temer ceder à pressão das entidades e colocar algo nessa linha na MP que restringirá os efeitos da reforma trabalhista, estará cometendo uma empulhação. Sou sensível ao argumento de que seria ruim passar o rodo sobre nosso sistema sindical sem nem dar às entidades a chance de adaptar-se. Nesse caso, porém, o mais indicado a fazer seria criar um mecanismo de extinção gradual do imposto, que teria seus valores reduzidos ano a ano até deixar de ser cobrado após, digamos, um triênio. O que não faz sentido é substituir a taxa por uma contribuição que poderá continuar existindo para sempre, mantendo inalterado o “statu quo”.
Sindicatos fortes são necessários para equilibrar o conflito distributivo entre capital e trabalho. A melhor forma de não termos agremiações fortes, como já sabia Vargas, é atrelá-las ao Estado num sistema que combina a unicidade sindical (que elimina a concorrência) com o recolhimento compulsório das anuidades (que estimula as entidades de fachada).
Em meus grifos, fica claro que o jornalista não conseguiu abandonar as premissas marxistas em suas análises. Asfixiar as máfias sindicais é fundamental para permitir o avanço do país. Esses pelegos são um câncer em nossa política, sempre incitando a violência, defendendo os extremistas da esquerda e impedindo qualquer modernização, mesmo numa lei obsoleta, anacrônica e carcomida da era fascista.
Qualquer um minimamente atento à realidade do Brasil deveria aplaudir o fim imediato do imposto sindical, justamente para destruir essas máfias sindicais que vivem de nossos impostos, incapazes de arrecadar contribuições voluntárias dos trabalhadores, que percebem o desvio de propósito dessas entidades. Elas existem para beneficiar partidos de extrema-esquerda e os próprios sindicalistas, jamais os trabalhadores.
Mas Helio acha que “sindicatos fortes são necessários para equilibrar o conflito distributivo entre capital e trabalho”. Está aí um marxista com pinta de imparcial, de “isentão”. Que conflito? O jornalista assume a premissa falaciosa de que economia é um jogo de soma zero, em que o empresário precisa tirar do trabalhador para lucrar. E pior: acha que sindicatos fortes lutariam para defender os interesses desses trabalhadores “explorados”.
Deveria passar uma temporada nos Estados Unidos para conhecer a realidade. Deveria ler os economistas liberais para entender o funcionamento da economia real. Deveria abandonar de vez esse ranço marxista que claramente ainda está presente em suas análises. Para “criticar” os sindicatos pelegos desse jeito é melhor nem fazê-lo.
Rodrigo Constantino
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