Pedro Ladeira - 21.mar.2017/Folhapress
Frigorífico da JBS em Lapa, no Parná
DE SÃO PAULO
No primeiro resultado após vir a público a delação do empresário Joesley Batista, a JBS anunciou uma queda de 80% no lucro líquido no segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 309,8 milhões.
No dia 17 de maio, vazou a informação de que Joesley admitia prática de corrupção e pagamento de propina a políticos. O caso gerou denúncia contra o presidente Michel Temer e provocou uma crise de imagem na empresa –suas ações caíram e ativos tiveram de ser vendidos.
A receita líquida da JBS ficou em R$ 41,7 bilhões no período, quase 5% inferior ao registrado no mesmo trimestre do ano passado.
Conforme a companhia anunciou na semana passada, por causa da apuração em andamento devido ao acordo de leniência firmado com o Ministério Público, ela divulgaria o resultado sem o relatório de revisão do auditor independente. De acordo com a empresa, a situação será regularizada após a homologação do acordo e o levantamento do sigilo.
Em junho, a empresa anunciou um acordo de leniência de R$ 10,3 bilhões firmado com o Ministério Público.
Os escândalos de corrupção impactaram o negócios da empresa, mas ainda não é possível medir com precisão o tamanho do estrago.
Quando a delação veio à tona, o trimestre já passava da metade, ou seja, ela já tinha boa parte dos estoques e contratos definidos para o período. Mas precisou adaptar-se à nova realidade: a JBS mudou seu modelo de comercialização na compra de gado, restringindo os pagamentos à vista aos produtores.
Por parte dos consumidores, houve campanhas de boicote nas redes sociais aos produtos da holding J&F, a controladora da JBS.
A empresa suspendeu suas tradicionais propagandas com celebridades de altos cachês, como Tony Ramos e Fátima Bernardes, e passou a esconder o nome da Friboi em seus produtos. Também fez promoções agressivas para não perder vendas.
Os resultados mostram queda de 7,5% no custo dos produtos vendidos.
Em sua divulgação de resultados nesta segunda, a empresa ressalta mudanças na presidência do conselho, além de avanços em um programa de compliance.
Em maio, os irmãos Joesley e Wesley Batista renunciaram aos postos de presidente e vice do conselho da JBS, após formalização de acordos de delação premiada.
A JBS também destaca o anúncio do plano de desinvestimentos, que deve gerar entrada de caixa de R$ 6 bilhões, segundo a empresa.
Os ativos incluem a participação de 19,4% na Vigor, Moy Park e Five Rivers.
O desempenho do trimestre embute também os reflexos sentidos pelo setor como um todo após a deflagração da operação Carne Fraca pela Polícia Federal, em 17 de março, que influenciaram nos preços internos e também no volume exportado, com o fechamento de alguns mercado externos.
A crise da pecuária acentuou um processo de perda de renda no setor que teve inicio no ano passado.
O valor bruto da produção da pecuária deve recuar cerca de 6% neste ano em relação a 2016, atingindo o menor patamar em cinco anos, segundo dados do Ministério da Agricultura que incluem os segmentos bovino, suíno, frango, leite e ovos.
SETOR
Também nesta segunda-feira, a Marfrig anunciou prejuízo líquido das operações continuadas de R$ 156,9 milhões, ante resultado também negativo de R$ 200,5 milhões em igual período de 2016. (JOANA CUNHA)
JBS /2° TRI 2017
Receita R$41,7 bilhões
Ebitda R$ 3,8 bilhões
Lucro líquido R$ 309,8 milhões,
Número de funcionários 133 mil
Principais concorrentes BRF, Marfrig, Minerva
Folha de S. Paulo
Petrobras abre concurso para preencher 954 vagas: salários chegam a R$ 9,7 mil
NOTÍCIAS
Marfrig confirma reabertura de frigorífico em Alegrete e deve contratar mais de 600 pessoas
Homem é preso após esfaquear duas pessoas na recepção do HPS, em Porto Alegre
Joesley escondeu crimes em delação premiada, afirma MPF
PORTO ALEGRE
PPP de iluminação pública da Capital deve ser lançada no primeiro semestre de 2018
GRÊMIO
Grêmio tem 10% de chance de título no Brasileirão
INTER
Inter lança plano popular de sócios nesta quarta-feira
Nenhum comentário:
Postar um comentário