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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Estudantes protestam contra fim da gratuidade na segunda passagem de ônibus em Porto Alegre

No início da manhã, manifestantes colocaram fogo em pneus, bloqueando a Rua Sarmento Leite. Mais tarde, um grupo maior fez uma caminhada que começou em frente à escola Parobé e terminou em frente ao Paço Municipal, por volta das 11h


Estudantes protestam contra fim da gratuidade na segunda passagem de ônibus em Porto Alegre Tadeu Vilani/Agencia RBS

Foto: Tadeu Vilani / Agencia RBS

A manhã desta sexta-feira (11) foi marcada por protestos estudantis contra o fim da gratuidade na segunda passagem de ônibus de Porto Alegre e a limitação da meia-tarifa. Por volta das 5h30min, a Rua Sarmento Leite, em frente à Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi bloqueada com pneus em chamas — a via foi liberada pela Brigada Militar com o uso de bombas de efeito moral. As manifestações terminaram em frente à prefeitura de Porto Alegre às 11h.

– Queremos reivindicar contra os ataques dos governos contra a juventude e a educação, principalmente em Porto Alegre. Acreditamos que o fim da gratuidade da segunda passagem de ônibus e da meia-tarifa para estudantes não vai resolver a situação do transporte público da cidade. Não há garantia de que isso vai fazer aumentar o número de passageiros pagantes nos ônibus – diz Giovani Culau, estudante de Ciências Sociais da UFRGS.

Durante o protesto em frente à UFRGS, os manifestantes queimaram pneus e impediram os veículos que saíam do Túnel da Conceição de seguir pela Rua Sarmento Leite em direção à Avenida Loureiro da Silva, o que provocou congestionamento. O Batalhão de Choque da Brigada Militar (BM) chegou ao local pouco antes das 7h30min e lançou bombas de efeito moral, dispersando o grupo. A via foi liberada às 7h45min.

Rua sarmento Leite totalmente bloqueada por protesto. Estudantes colocam fogo em pneus contra possível fim do meia passagem nos ônibus.pic.twitter.com/UDWKfnN9k2

¿ Felipe Daroit (@felipedaroit) August 11, 2017

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Com a chegada da polícia, os manifestantes procuraram abrigo dentro do pátio da Universidade. Formado por estudantes de diversos cursos, o grupo relatou que a mobilização é contra os governos municipal, estadual e federal.

Outra questão levantada pelo grupo foi em relação às restrições de matrículas no programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Porto Alegre e o fim do pré-vestibular municipal e do Unipoa (programa que oferecia bolsas de estudo gratuitas em instituições de Ensino Superior de Porto Alegre).

– Hoje é o Dia do Estudante, vamos usar essa data para mostrar nossa insatisfação com a precariedade da educação em vários sentidos. A questão da passagem vai aumentar a evasão escolar e prejudicar quem estuda – afirma Paola Loguercio, estudante de Arquitetura da UFRGS.

Após a ação da BM, bombeiros apagaram os focos de incêndio e liberaram a via - não houve confronto entre polícia e estudantes. O asfalto ficou com as marcas do fogo e os arames retorcidos ficaram acumulados junto ao meio-fio. Por volta das 8h30min, O DMLU chegou ao local para recolher o que sobrou dos pneus queimados.

Caminhada

Mais tarde, por volta das 10h, um grupo maior de estudantes se reuniu em frente à escola Parobé, na Avenida Loureiro da Silva, para realizar uma caminhada pela Avenida Mauá até a prefeitura de Porto Alegre, no Centro. O trânsito ficou bloqueado. O protesto terminou em frente ao Paço Municipal às 11h, quando começou a chover forte.

O presidente da União Gaúcha dos Estudantes, Marcos Adriano Prestes, reforçou que o objetivo do grupo era protestar contra o pacote de medidas que o prefeito Nelson Marchezan encaminhou para Câmara de Vereadores — um dos projetos restringe o pagamento de meia-passagem a estudantes de baixa renda. E, principalmente, reivindicar a manutenção da segunda passagem gratuita na Capital, que deve ser retirada no final deste mês. Prestes relata que já foram protocolados diversos ofícios para tentar conversar com Marchezan, mas que ele não teria respondido.

– Todos que compareceram vieram porque estão indignados com a questão da passagem de ônibus. Hoje nós vamos encerrar a manifestação aqui em frente à prefeitura, mas ao longo da semana vamos organizar outros atos e seguir monitorando a situação na Câmara de Vereadores – disse Prestes.


Zero Hora

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