Alcioni Manoel dos Santos, 53 anos, era comandante do Dom Manoel XVI, que desapareceu na última sexta-feira
Por: Anderson Aires
Embarcação Dom Manoel XVI integrava frota de pesqueiros de empresa sediada em Laguna (SC), com atuação no RSFoto: Lauro Alves / Agência RBS
No quarto dia de buscas pela embarcação Dom Manoel XVI, desaparecida desde a madrugada de sexta-feira (11), o corpo do comandante do barco pesqueiro, Alcioni Manoel dos Santos, 53 anos, foi encontrado na tarde desta segunda-feira (14). Conforme o comando do 5º Distrito Naval da Marinha do Brasil, que coordena a operação, a vítima estava na região da praia do Mar Grosso, em São José do Norte, município vizinho a Rio Grande.
O corpo de Santos, um dos sete ocupantes do Dom Manoel XVI, foi localizado por um morador da região na faixa de areia da praia. A Polícia Civil de São José do Norte foi avisada sobre a localização por volta das 14h30min desta segunda-feira (14).
Leia mais:
Três helicópteros e navio buscam barco pesqueiro desaparecido na costa do RS
"Em 40 anos no mar, nunca vi uma situação dessas", diz testemunha de sumiço
"Enquanto houver esperança, haverá busca", diz militar
— Um morador, que estava passando pela praia, localizou e nos avisou. (o corpo) Estava distante a cerca de 15 quilômetros do centro da praia do Mar Grosso. Ele foi encaminhado para o Departamento Médico Legal de Rio Grande — disse a escrivã de polícia Kelly Nunes.
Também nesta segunda, o comando do 5° Distrito Naval da Marinha achou dois coletes salva-vidas, uma boia e um bote do Dom Manoel XVI. Os objetos estavam no mar próximo ao farol Sarita, em Rio Grande, e foram avistados e resgatados pelo helicóptero modelo Esquilo, da Marinha. O farol Sarita fica a cerca de 80km da praia do Mar Grosso, onde estava o corpo de Alcioni.
Objetos do barco foram encontrados pela Marinha nesta segunda-feiraFoto: Tenente Raquel Santos / Divulgação/Marinha do Brasil
Segundo a comunicação do comando do 5º Distrito Naval, as buscas pelos outros seis ocupantes do Dom Manoel XVI seguirão nesta terça-feira (15) nos mesmos moldes, com o navio-patrulha P61 "Benevente" no mar, apoio aéreo promovido por dois helicópteros da Marinha e um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e buscas por terra na Praia do Cassino — ao sul dos molhes da barra — e em São José do Norte. Na operação, a Marinha delimitou uma área de 576 quilômetros quadrados, entre o Navio Altair, embarcação naufragada que é um dos pontos turísticos de Rio Grande, e a praia do Mar Grosso, em São José do Norte.
O vice-almirante Victor Cardoso Gomes, comandante do 5º Distrito Naval, informou que os objetos recuperados nesta segunda-feira e o corpo localizado reforçam que o caso se trata de um naufrágio, mas destacou que a Marinha ainda tem esperanças de encontrar sobreviventes:
— Nós vamos utilizar os mesmos meios que estamos utilizando hoje. Vamos manter a esperança. Um corpo foi encontrado, lamentavelmente, e, quem sabe, nós podemos encontrar algum sobrevivente. Temos fé e esperança — disse Gomes em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira.
O comandante afirmou que a melhora nas condições meteorológicas nesta segunda-feira ajudou nas buscas. No fim de semana, as aeronaves não conseguiram sobrevoar a área em razão da falta de visibilidade causada pelo mau tempo na região.
Desaparecimento em meio à ressaca no mar
A embarcação que é alvo das buscas desapareceu, na madrugada da última sexta-feira (11), a cerca de 15 quilômetros da costa de Rio Grande, em meio à ressaca que atingiu o litoral gaúcho nos últimos dias. O pesqueiro navegava ao lado do Dom Manoel XV. Um dia antes do incidente, na quinta-feira (10), os barcos navegavam na área do Farol da Solidão, próximo ao município de Mostardas, no Litoral Norte. Por volta das 14h30min de quinta-feira, os comandantes das embarcações decidiram voltar para Rio Grande em razão do mar agitado. A intenção deles era de ancorar na barra na cidade da Região Sul perto das 6h de sexta-feira, mas a tripulação do Dom Manoel XV perdeu contato visual e todo tipo de comunicação com o Dom Manoel XVI por volta das 4h. Os barcos são propriedade da empresa Lago Pesca, que tem sede em Laguna (SC), e atuam no litoral gaúcho, utilizando Rio Grande como base.
*Zero Hora
Nenhum comentário:
Postar um comentário