Páginas

sábado, 1 de julho de 2017

Suspensa venda de debêntures do M.Grupo

Coordenadora da operação tomou a decisão após notícias sobre imóveis dados em garantia.

Giane Guerra
giane.guerra@rdgaucha.com.br

Foto: Reprodução site Cetip.

Saiba mais

Está suspensa a venda de debêntures do M.Grupo. A informação foi confirmada pela coordenadora líder da operação financeira. A Positiva CCTVM diz ter tomado a decisão após a divulgação das reportagens envolvendo imóveis da incorporadora.

A emissão dos papéis ocorreu em abril de 2015 pela M.Invest, empresa que também é do grupo. A operação somava R$ 420 milhões.

Shoppings do M.Grupo tinham sido colocados como garantia para as debêntures. Os empreendimentos, no entanto, estão sendo questionados na Justiça por credores. Inclusive, 100% do shopping de Gravataí e 30% do empreendimento de Lajeado foram a leilão. Não houve lances e passarão para o nome da Ápice, empresa que reúne os investidores.
A Positiva informa que foram vendidos R$ 160 milhões em debêntures. Com a suspensão, a M.Invest está sugerindo outros imóveis para substituir os que foram dados em garantia. Se forem aprovados, a venda das debêntures poderá ser retomada, complementa a coordenadora da operação. Por sigilo, não informam quem comprou as debêntures. No entanto, reforçam que não há inadimplência com os debenturistas porque o prazo de carência foi ampliado.

Banco mandatário da operação, Itaú se negou a falar sobre as debêntures. Orla DTVM disse que assumiu como agente fiduciário em janeiro, confirma bloqueio da venda, diz que fez diligências, solicitou mais documentos e que os direitos dos compradores estão assegurados.

Entenda:

Foram duas emissões de debêntures, com os nomes MINV11 e MINV21. A primeira operação somou R$ 285 milhões. Foram 28.500 debêntures, sendo cada uma a R$ 10 mil. A segunda emissão de debêntures foi de R$ 135 milhões. A tentativa de captação de recursos no mercado, portanto, somou R$ 420 milhões.
No contrato, foram informados diversos destinos para os recursos. O dinheiro seria usado desde para pagamentos de financiamentos até compra de novas participações em empreendimentos imobiliários, como outros shoppings.
A rentabilidade estava atrelada ao IPCA, índice oficial de inflação do país. Além da correção monetária, prometia mais o pagamento de 9% de juros ao ano, que é um retorno considerado alto pelo mercado. Nem mesmo títulos do Tesouro Direto considerados mais conservadores estão pagando estes percentuais a investidores.

Questionamos o M.Grupo, que respondeu que as informações são restritas e confidenciais. O site da M.Invest está com praticamente todas as informações restritas, exigindo login e senha para acesso. Ainda mostra seis shoppings no portfólio.
Leia aqui outras notícias da colunista de Economia Giane Guerra

GAÚCHA

Nenhum comentário:

Postar um comentário