quarta-feira, 5 de julho de 2017

Sartori tem boa chance de ser reeleito

Por que o atual governador pode fazer história no Estado

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Por: David Coimbra


Sartori tem boa chance de se consagrar como o primeiro governador a ser reeleito na história moderna do Rio Grande do Sul.

Fiz essa previsão temerária no Timeline de hoje (4), e as pessoas se alvoroçaram. Até dona Diva, minha querida mãezinha, foi incluída nas ponderadas análises dos ouvintes de oposição ao atual governador.

Mas disse e sustento e tecerei cá um arrazoado para explicar o porquê.

Fui severo crítico dos primeiros anos do governo Sartori. Foi um governo depressivo, que parecia paralisado, perplexo com as dificuldades. Escrevi que a inação do governo teria consequências sérias, sobretudo na área de segurança pública, que depende muito de condições psicológicas.

Quando falo em condições psicológicas, quero dizer que segurança absoluta não existe. Em qualquer lugar do mundo, até dentro da sua casa, você pode se transformar em alvo da perfídia alheia. O que existe é a tão citada "sensação de segurança", que é construída por um conjunto de fatores, sendo o principal deles a ação do Estado.

Um Estado presente, ativo, vigilante inibe o possível infrator e confere autoridade ao cidadão. É por isso que, em países em que há severa atuação da Justiça e de seu órgão repressor, a polícia, o cidadão grita quando vê algo errado. Ele procura a autoridade, ele faz a denúncia, ele não deixa que fique como está. Já nos lugares de parca segurança é o contrário: o cidadão se afasta da polícia, não raro a teme, e não confia na Justiça.

Quando o governo do Rio Grande do Sul declarou publicamente sua incapacidade de cumprir seus compromissos, deu a senha para a insegurança e para a quebra do equilíbrio psicológico a que me referi. O infrator sentiu-se seguro para infringir a lei, enquanto o cidadão sentia-se abandonado à própria sorte. Quer dizer: o Estado deixava de cumprir sua função. A vida em sociedade, no Rio Grande do Sul, tornou-se um fracasso.

Foi essa a maior crítica que fiz a Sartori.

De uns tempos para cá, o governo começou a se movimentar. Policiais estão sendo contratados, investimentos estão sendo feitos. Ao mesmo tempo, a economia do país demonstra sinais de reação. Isso era previsível. A economia, como quase tudo na vida, move-se em ciclos. Altas e baixas se sucedem naturalmente. Alguns economistas, observando a irresponsabilidade do governo, já antecipavam esse momento de baixa lá em 2010, mas a queda, de fato, iniciou-se em 2011 e não parou mais, até atingir um ponto único da história brasileira: a pior crise de todos os tempos. Mas um ciclo de seis anos é muito longo. Ou seja: está na hora do reerguimento, apesar da fragilidade do governo Temer.

Agora, tome distância e analise o quadro que será pintado no ano que vem:

1. A economia melhorando, ainda que lentamente.

2. O governo do Estado voltando a investir e cumprindo com seus compromissos.

3. O maior partido de oposição, o PT, esfacelado.

Some tudo isso. O que dá? Chance sólida de Sartori se reeleger.

Estou apenas examinando os fatos e tentando interpretá-los. Não adianta ficar brabo comigo. Deixe a dona Diva de fora dessa.


Zero Hora

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