Isadora Peron e Daiene Cardoso
Brasília
Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
10.jul.2017 - O presidente da CCJC (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) da Câmara, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), durante a reunião para a leitura do parecer de Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) sobre denúncia contra Michel Temer
Diante das articulações da base do governo para encurtar o debate sobre a denúncia apresentada contra o presidente Michel Temer, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) apresentou nesta terça-feira (11) um requerimento à Mesa Diretora da Câmara pedindo a prorrogação por três sessões para a conclusão dos trabalhos na comissão.
Após receber o pedido, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Maia disse entender que o pedido de Pacheco não é necessário. "O requerimento do presidente da CCJ não é necessário porque não há possibilidade de a presidência avocar [trazer] ao plenário esta votação sem um parecer da comissão. Então, o pedido de prazo é inócuo", declarou o presidente da Casa.
"O que a comissão precisa fazer é votar o parecer, do meu ponto de vista, no tempo mais rápido possível até porque o regimento dá até cinco sessões, mas parece que há um acordo na comissão. Assim que sair da comissão, estaremos prontos para votar a matéria", completou.
O Planalto espera ter 40 ou 41 votos na CCJ e tem pressa para que tudo seja votado antes do recesso, porque ninguém sabe como será o mês de agosto e ainda há duas denúncias a serem apresentadas pelo procurador Rodrigo Janot.
O prazo regimental para analisar a denúncia contra Temer terminaria nesta quarta-feira (12). Se o pedido for atendido, a comissão poderá debater o assunto até a próxima segunda-feira (17).
Pacheco tomou a decisão de apresentar o requerimento após líderes da base sinalizarem que iriam quebrar o acordo feito na CCJ de que haveria um amplo espaço para a discussão do assunto na comissão.
Estava previsto que além dos 66 deputados titulares e os 66 suplentes da comissão, outros 40, 20 da base e 20 da oposição, poderiam se pronunciar.
O Palácio do Planalto, no entanto, articulava encurtar essa fase de discussão e votar a denúncia no plenário já na sexta-feira (14), antes do início do recesso parlamentar na próxima semana.
Estadão Conteúdo e UOL Notícias
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