quarta-feira, 12 de julho de 2017

'Por prudência', Moro não decreta prisão de Lula, e petista vai recorrer em liberdade

Juiz afirmou que decisão sobre ex-presidente poderia ser traumática


por O Globo


Gestos de Lula em depoimento a Moro - Reprodução/O Globo

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SÃO PAULO — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorrerá em liberdade da sentença de 9 anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Lula está neste momento na sede do Instituto Lula, onde recebeu a notícia. O Instituto Lula e a defesa do ex-presidente ainda não se manifestaram sobre o caso. (CONFIRA A ÍNTEGRA DA SENTENÇA)

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Moro chegou a afirmar que caberia cogitar a decretação da prisão preventiva do ex-presidente em razão de suas declarações recentes sobre o processo, além dos depoimentos de Léo Pinheiro e Renato Duque de que Lula teria ordenado a destruição de provas.

"Aliando esse comportamento com os episódios de orientação a terceiros para destruição de provas, até caberia cogitar a decretação da prisão preventiva do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entretanto, considerando que a prisão cautelar de um ex-Presidente da República não deixa de envolver certos traumas, a prudência recomenda que se aguarde o julgamento pela Corte de Apelação antes de se extrair as consequências próprias da condenação. Assim, poderá o ex-Presidente Luiz apresentar a sua apelação em liberdade", decidiu Moro.

Além da condenação a nove anos e meio de prisão, o ex-presidente terá que pagar uma multa de R$ 669,7 mil reais pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O ex-presidente também não poderá ocupar cargo ou função pública por 19 anos caso a sentença seja confirmada nas instâncias superiores.

Por dentro do tríplex 164-A

Unidade atribuída ao ex-presidente Lula

SP

Guarujá

N

Praia das

Astúrias

Praia das

Astúrias

Edifício Solaris

sauna

banheiro

sala

sala

deck/

piscina

3º Pavimento

(cobertura)

sala

banheiro

social

quarto

2º Pavimento

quarto

banheiro/

suíte

quarto/

Suíte

varanda suíte

Área de

serviço

sala

cozinha

1º Pavimento

varanda

lavabo

Dependência

de empregada

Vista do apartamento

O EDIFÍCIO SOLARIS

Apartamentos investigados

São duas torres com 122 apartamentos no total. Os apartamentos menores têm 82,5m². Já os maiores, como as coberturas tríplex, possuem 216m²

O MP está concentrando as investigações nos apartamentos que tiveram negociações financeiras suspeitas:

• Tríplex 164-A

Foi declarado no imposto de renda

de Lula na campanha de 2006.

O imóvel está em nome da OAS

Avaliado em R$ 1,8 milhão

• Tríplex 164-B e 162-B

Pertencem à OAS

• Tríplex 163-B

Registrado pela offshore Murray Holdings

• Apartamento 43-A

Em nome Sueli Falsoni Cavalcante, funcionaria da OAS. Para investigadores, seria destinado a Vaccari

• Apartamento 44-A

Pertenceu a Marice Correa de Lima, cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto

• Apartamento 133-A

Em nome de Simone Godoy, mulher de Freud Godoy ex-assessor especial da Presidência da República durante o governo Lula

Heitor Gushiken

(primo do ex-ministro do governo Lula)

Bancário, comprou apartamento pela Bancoop antes das obras serem assumidas pela OAS. Vendeu-o ano passado por R$ 650 mil. O imóvel não está sob suspeita

Tudo o que se sabe sobre o tríplex do Guarujá

1 de 7

  • O Edifício Solaris, no Guarujá, onde Lula seria proprietário de um tríplex Foto: Nelson Almeida / AFP
    Casal Lula tinha uma cota desde 2005
    Em 2005, Marisa Letícia Lula da Silva comprou uma cota na Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) para adquirir o apartamento 141 do edifício Mar Cantábrico, que estava sendo construído no Guarujá. A Bancoop quebrou, e em 2009 a OAS assumiu a construção de alguns dos seus prédios, incluindo esse do Guarujá.

O Globo

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