Estado vive grave crise na segurança pública
Força Nacional atuou no Rio durante o Carnaval | Foto: Ministério da Justiça / Divulgação / CP
Depois de mais uma rodada de reuniões no Planalto para definir ajuda para o Estado do Rio de Janeiro, que enfrenta uma grave crise de segurança pública, os governos federal e estadual limitaram-se a anunciar o envio de mais 800 homens da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal, sendo que parte desse novo efetivo já está trabalhando no Rio. Além desses 800, outros 200 já haviam chegado no mês passado, totalizando portanto um total de mil homens.
Em entrevista, após a reunião da qual participou o presidente Michel Temer, do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, avisou que "não há notícia bombástica a ser dada" e completou: "não queremos ações pirotécnicas ou midiáticas, mas de resultado".
Ao final do encontro Etchegoyen informou que está sendo executado o Plano Nacional de Segurança Pública, com ações de inteligência e a formação de um estado-maior conjunto das Forças Armadas para "se e quando houver necessidade", as tropas federais serem empregadas em "ações conjuntas, temporárias e pontuais", disse. Porém, que, neste momento, não há definição de emprego de militares das três forças.
O Planalto não anunciou, mas o governo federal definiu com a área econômica que cerca de R$ 700 milhões serão desembolsados para apoiar o Rio de Janeiro. Os recursos não serão entregues para o governador do Rio porque há temor de que eles sejam destinados a outras atividades e serão desembolsados mês a mês, até o final do ano. A verba irá diretamente para pagamento de insumos, como compra de munições para que a Polícia Militar do Estado possa atuar e garantir o trabalho das Polícias Rodoviária Federal (PRF), que controlarão as estradas para tentar coibir o contrabando de armas para o Estado.
Também ajudará na permanência da Força Nacional de Segurança Pública até o final do ano. O governador Pezão informou que o presidente Temer "determinou" que o ministro Dyogo de Oliveira, do Planejamento, se certifique que "não faltarão recursos à PRF no Rio". Na semana passada, a PRF distribuiu comunicado anunciando que estava reduzindo suas operações por falta de recursos.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, que também participou do encontro, disse que nova reunião será realizada para discutir questões operacionais, provavelmente nesta sexta-feira, 21, e sem a presença de Temer, que estará em Mendoza (Argentina). Para o ministro, o Rio de Janeiro "terá o apoio integral e permanente das Forças Armadas, se necessário for".
O ministro Etchegoyen, por sua vez, após citar que o governo está concentrando seus esforços na redução da criminalidade, com ações que vem desde as fronteiras, lembrou que o plano de segurança pública "será de longo prazo, até o final deste governo, com operações de inteligência que buscam resultados efetivos". "Todos os meios disponíveis da União, sejam de segurança pública, de inteligência, das Forças Armadas, estão à disposição desse esforço no Rio de Janeiro, como foi reiterado. Neste esforço, nós estaremos empenhados até o final do ano que vem".
Em seguida, o ministro do GSI declarou que "já estão no Rio de Janeiro 620 homens da FNSP, e 380 homens da PRF também já chegaram", ao contrário do que informou Pezão, posteriormente. Esses homens permanecerão no Rio até o final do ano que vem, segundo o governador. Na entrevista, o ministro do GSI reiterou que o governo "não está trabalhando com ocupações prolongadas, diárias e de interdições". E emendou: "estamos trabalhando com ações pontuais, que vão trazer os resultados que precisamos".
Segundo ele há "um esforço muito grande, com orçamento já definido pelo presidente, que permitirá até o final do ano prosseguimento desta operação nas condições acertadas hoje". De acordo com Etchegoyen, "a palavra-chave da reunião de hoje, é a garantia da integração de todos os esforços, de todas as esferas da União, uma integração vertical e horizontal, com ações fortes na área de inteligência". Para o governador do Rio, as ações da Polícia Rodoviária serão fundamentais "no combate à entrada de armas no Estado", o que ocorre pelas estradas federais.
"Vamos ter resultados significativos", insistiu Pezão, após lembrar que o Rio não fabrica armamentos. Mas o governador não detalhou como e nem quando as melhoras para a população virão. Pezão disse ainda que "o governo federal também contribuirá com recursos para ações sociais no Rio". Ele acrescentou que "ficou satisfeito" com a inclusão do Rio no Plano Nacional de Segurança Pública.
Estadão Conteúdo e Correio do Povo
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