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Daniel Marenco/Folhapress
O empresário Jacob Barata Filho, em foto de 2013. Ele foi preso neste domingo (2), no aeroporto internacional Tom Jobim, pela Operação Lava Jato
A Polícia Federal prendeu, na noite deste domingo (2), Jacob Barata Filho, um dos maiores empresários do ramo de ônibus do Rio de Janeiro. Ele foi detido na área de embarque do aeroporto internacional Tom Jobim, quando tentava embarcar para Lisboa, Portugal.
Depois de realizar exame de corpo de delito, ele foi encaminhado no começo da madrugada desta segunda (3) à sede PF na zona portuária do Rio de Janeiro, onde permanece até o momento.
O empresário é investigado na Operação Lava Jato, suspeito de ter pago milhões em propina para políticos nos últimos anos. Ele vinha sendo monitorado pela PF e o Ministério Público Federal e sua prisão, que já estava programada, teve de ser adiantada quando os agentes policiais descobriram que ele embarcaria para Lisboa apenas com uma passagem de ida. A prisão foi decretada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, responsável pela Lava Jato no Rio.
Em comunicado divulgado à imprensa, a assessoria do empresário afirmou que ele "estava realizando viagem de rotina a Portugal, onde possui negócios há décadas e para onde faz viagens mensais" e que sua defesa se pronunciará assim que tiver acesso aos autos do processo.
Na manhã desta segunda, a PF cumpre mandados de prisão e busca e apreensão contra outros integrantes da cúpula do transporte público do Rio.
Barata Filho pertence à segunda geração de uma família bastante conhecida no Rio devido à amplidão de sua atuação no ramo de ônibus. Seu pai, o empresário e banqueiro Jacob Barata, prestes a completar 85 anos no mês que vem, é conhecido como "Rei dos Ônibus".
Em 2015, o nome da família Barata apareceu no maior vazamento de dados bancários da história, conhecido como SwissLeaks, segundo informação divulgada pelo UOL.
Segundo o relatório, registros de 2006 e 2007 do HSDC "private bank" de Genebra, na Suíça, indicavam que Jacob Barata Filho e seus dois irmãos, David e Rosane, bem como o pai e a mãe, Glória, mantiveram US$ 17,6 milhões em uma conta conjunta. A família negou a informação.
Dois anos antes, a família foi alvo de protestos durante o casamento da filha de Jacob Barata Filho, Beatriz, que, segundo apurou a 'Folha", teria custado em torno de R$ 3 milhões. A festa, que ficou conhecida como "o casamento da dona Baratinha", ocorreu em julho de 2013, em meio às manifestações mobilizadas em razão do aumento das tarifas de ônibus pelo país.
Luiz Roberto Lima/Estadão Conteúdo
Protesto em frente à igreja do Carmo, no centro do Rio, na chegada de Beatriz Barata, filha de Jacob Barata Filho, para seu casamento
Grupo Guanabara
Os negócios dos Barata são gerenciados a partir do Grupo Guanabara, fundado por Jacob Barata em 1968. Trata-se de um dos maiores conglomerados de empresas de transporte de passageiros do Brasil.
Segundo informações colhidas em seu site, são mais de 20 empresas, distribuídas nos Estados do Rio, São Paulo, Minas, Ceará, Pará, Paraíba, Piauí e Maranhão, e que fazem transporte urbano, intermunicipal e interestadual. Por dia, as empresas do grupo transportam, segundo o site, mais de um milhão de passageiros, em uma frota de cerca de 6 mil ônibus. O grupo empregaria 20 mil funcionários.
Além da atuação no ramo de transporte, o Grupo Guanabara é dono da Guanabara Diesel, concessionária da Mercedes-Benz instalada na Avenida Brasil, no Rio, e da Guanabara Empreendimentos Imobiliários. Possui revendedoras de produtos Mercedes-Benz e investimentos em um hotel na cidade do Rio (o Hotel Mar Ipanema).
Além disso, no terceiro andar do prédio da Guanabara Diesel funciona o Banco Guanabara, outro empreendimento do grupo de Jacob Barata, fundado em 1987, que financia compra de ônibus para empresas que operam na cidade do Rio.
O grupo expandiu seus negócios para Portugal em 2013, sendo dono das empresas Vimeca-Lisboa Transportes e Scotturb e da rede de hotéis Fênix.
UOL Notícias
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