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segunda-feira, 3 de julho de 2017

Para incentivar apoio a Temer, PMDB pedirá aos 63 deputados que anunciem voto contrário à denúncia


POR PAINEL

O mestre mandou Diante do silêncio de grande parte da base de Michel Temer sobre a denúncia de Rodrigo Janot, o PMDB vai pedir aos 63 deputados do partido que declarem voto contrário à aceitação da ação contra o presidente. Com a estratégia, a sigla pretende influenciar outras bancadas a adotar a mesma atitude. Os líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e no Congresso, André Moura (PSC-SE), serão acionados para estimular o centrão a manifestar o apoio ao peemedebista.

União No PMDB, a ordem é impulsionar a presença dos deputados na votação no plenário da Câmara. Líderes do partido entendem que é fundamental votar contra a denúncia para mostrar “força e unidade” em torno de Temer.

Alívio imediato A avaliação de que Temer terminou a semana fortalecido pesará no discurso de convencimento. As decisões do Supremo sobre Aécio Neves e Rodrigo Rocha Loures baixaram a expectativa de que fatos novos possam atingir o presidente.

Revele-se Na primeira sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para discutir a denúncia, a oposição apresentará requerimento para que Rocha Loures seja convocado a falar sobre o destino final da mala de R$ 500 mil de propina da JBS.

Vai ter luta A assessoria jurídica do PSOL vai questionar as decisões de ministros do STF sobre Rocha Loures e Aécio. Parlamentares do partido dizem que “há cheiro de retrocesso no ar”, num movimento para “isolar Rodrigo Janot e delimitar a Lava Jato”.

Comigo mesmo Focado em tentar acelerar os trabalhos da Lava Jato até sua saída da Procuradoria, em setembro, Janot passou a receber pessoalmente advogados de empresas interessadas em firmar ou ampliar acordos com o Ministério Público.

Penas voando A indicação do presidente do PSDB, Tasso Jereissati, de que topa um acordo para parcelar o fim do imposto sindical provocou mais um racha interno.

Sem chance Relator da reforma trabalhista na Câmara e pai das principais inovações do projeto, Rogério Marinho (PSDB-RN) diz que os deputados tucanos não aceitarão uma guinada. “O PSDB tem mostrado divisão em diversos assuntos, mas o fim do imposto é unanimidade. Não aceitaremos mudança.”

Veja bem Advogados que fazem parte do grupo “Prerrogativas” dizem que o movimento não tem qualquer vínculo partidário e não prega o “confronto direto” com as instituições Ministério Público e Judiciário, “mas apenas, e tão somente, com seus desvios e desmandos”.

Cada um na sua “O grupo é uma iniciativa de advogados para discutir prerrogativas e não para tratar de clientes dos participantes”, diz Cristiano Zanin, que atua na defesa do ex-presidente Lula.

Conselhão Às vésperas da sentença do juiz Sergio Moro sobre o caso do tríplex, o ex-presidente Lula vai começar a reunir líderes do PT no Congresso em São Paulo. A partir desta segunda-feira (3), quer alinhar os discursos em sua defesa com os parlamentares do partido.

Economizar… Em meio à grave crise política, o ministro do Turismo, Marx Beltrão, pediu que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), faça andar no Congresso a proposta que reduz o ICMS no querosene da aviação de 25% para 12%.

… para voar O ministro argumentou que os governos que reduziram por conta própria o imposto sobre o combustível da aviação sentiram impacto imediato. É o caso do Distrito Federal, que ganhou 206 novos voos em um ano.

O favorito Pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios, feita durante a Marcha dos Prefeitos, mostra que a maioria dos gestores (43,5%) defende o financiamento público de campanha.


TIROTEIO

O presidente Lula dizia que investir em educação era o passaporte para o futuro, mas o governo Temer entendeu errado.

DO DEPUTADO PAULO TEIXEIRA (PT-SP), sobre o governo federal ter cogitado tirar R$ 102 milhões do MEC para normalizar a emissão de passaportes.


CONTRAPONTO

Meu malvado favorito

Em sessão da Câmara na semana passada, o deputado Silvio Costa (PT do B-PE) fazia discurso inflamado com críticas aos apoiadores do presidente Michel Temer.

Dizia que nenhum parlamentar do PMDB tinha moral para apontar o dedo aos petistas Lula e Dilma Rousseff.

Em meio às críticas ao governo do peemedebista, escolheu um dos principais aliados de Temer na Casa:

— O deputado Carlos Marun (PMDB-MS), por exemplo, eu admiro. Ele tem lado. Está sempre do lado errado, mas não se pode negar que tem lado!

Marun ganhou notoriedade por se manter fiel a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) mesmo durante o processo de cassação.


Folha de S. Paulo

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