sábado, 15 de julho de 2017

O presidente da Câmara dos Deputados diz que não vai adiar a análise da denúncia contra Michel Temer

Maia diz que emenda não deve prosperar. (Foto: AE)


O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, descartou nesse sábado postergar a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara, se a Casa não atingir o quórum de 342 deputados no dia 2 de agosto.

Maia diz que aplicará efeito administrativo, ou seja, dará falta para o deputado que se ausentar. E, se não houver quórum no dia marcado para a votação, vai pautar novamente em agosto até que o quórum seja atingido.

“A expectativa deste assunto precisa ter fim ainda em agosto. O quórum precisa ser elevado. Se não tiver quórum no dia 2, vou repautar ainda em agosto. Mais para o meio de agosto do que para o fim, até porque ninguém quer esta situação. Não podemos deixar o governo nessa situação, pendurado”, disse Maia.

Recesso

O governo queria ter realizado a votação antes do recesso parlamentar, mas concordou em adiar a votação ao se dar conta que, sem a ajuda da oposição, não conseguiria colocar 342 deputados no plenário para dar início à sessão.
Uma das vantagens de não votar a denúncia em agosto seria aguardar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar a nova denúncia contra Temer e poder votá-la na mesma sessão.

“Cabe à oposição, àqueles que querem que seja iniciado o processo, colocar 342 deputados. Se eles colocarem, nós teremos a votação. Se eles não colocarem, não teremos. Não cabe ao governo ter essa preocupação com o quórum”, disse o líder da maioria na Câmara, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES).

Apesar da ponderação, Lelo afirma que a base estará no plenário no dia 2 de agosto para derrubar a denúncia. “Nós estaremos lá para votar e marcar presença. Nós temos hoje em torno de 250 votos. É só chegar lá e votar”, disse.

Monitorado

O presidente da Câmara foi alertado por colegas para o risco de estar sendo monitorado. O próprio Maia já não esconde mais de interlocutores essa desconfiança. Por isso mesmo, tem tomado cuidado redobrado com a agenda e em encontros políticos.

O ambiente anda tão tenso em Brasília que aliados de Maia já chegaram a suspeitar de uma ação do próprio Palácio do Planalto. Principalmente, depois que auxiliares do presidente Michel Temer passaram a externar desconforto com a postura neutra de Maia nessas últimas semanas.

Na quinta-feira à noite, depois de ter sido marcada para 2 de agosto a votação da denúncia contra Temer em plenário, o próprio presidente telefonou para Maia, que estava em outra sala e não viu o telefone tocar. Logo depois, Temer enviou uma mensagem de agradecimento ao presidente da Câmara pela condução do processo no Legislativo. O gesto foi visto como uma forma de amenizar o ambiente de intriga formado no entorno dos dois.


O Sul

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