A senadora ré Gleisi Hoffmann (PT-PR), “Amante” ou “Coxa” na planilha de propina da Odebrecht, é a personagem da semana.
Primeiro, a atual presidente do PT e eterna líder da Bancada da Chupeta gravou um vídeo pedindo aos petistas que assinem “a Carta Capital, que é um veículo que tem história entre nós” (quem sabe por usar, por exemplo, a expressão “suposto mensalão”).
Segundo Gleisi, a revista “está prestes a fechar” em razão de “muitas dificuldades financeiras”.
Compreendemos, claro. Em primeiro lugar, porque petista não lê, que dirá fazer assinatura. Em segundo, porque a fonte da Odebrecht secou.
Quando o PT estava no poder, Lula pediu a Emílio Odebrecht, e Guido Mantega a Marcelo Odebrecht, que a empreiteira ajudasse a revista – como ambos contaram em delação premiada –, o que rendeu o pagamento de pelo menos R$ 3,5 milhões, chamados pela Carta Capital de “adiantamento de publicidade”.
Só se for de “publicidade” petista.
Quando o juiz Sérgio Moro retirou o sigilo das escutas telefônicas de Lula, eu, Felipe, localizei o trecho que confirmou o que suspeitávamos: Lula pauta o editor da Carta Capital.
“Acabei de [inaudível] com o Mino Carta aqui, para ele escrever um artigo...”, dizia Lula a Jaques Wagner em conversa sobre o protesto de 13 de março de 2016, na qual traçava a linha do discurso a ser adotado pelo PT.
Em artigo de 14 de março, Mino então acusou Moro de “montar um show carnavalesco que envergonha o País aos olhos do mundo”.
Isto, na verdade, foi exatamente o que fez Gleisi em seu discurso no último domingo (16), na Nicarágua, durante o 23º Encontro do Foro de São Paulo, entidade criada por Lula e Fidel Castro em 1990 para reunir a esquerda latino-americana e do Caribe, como mostrei no meu vídeo desta semana “ Por que a corrupção do PT é muito pior”.
Assim disse Gleisi:
“O PT manifesta seu apoio e solidariedade ao governo do PSUV, seus aliados e ao presidente Nicolás Maduro frente à violenta ofensiva da direita contra o governo da Venezuela e condenamos o recente ataque terrorista contra a Corte Suprema”.
No mesmo dia, uma mulher morreu e outras três pessoas ficaram feridas quando homens de motocicletas, como andam os milicianos chavistas, atiraram em opositores que votavam no oeste de Caracas, em plebiscito simbólico contra a Assembleia Constituinte do tiranete Nicolás Maduro, também alçado ao poder com dinheiro da Odebrecht.
Mas o cinismo não parou por aí:
“Estamos frente à ofensiva de judicialização da política em todo o continente, e no Brasil a intenção é destruir o PT e impedir que o maior líder popular brasileiro, Lula, seja nosso candidato nas eleições presidenciais de 2018, pois sabem que a possibilidade de sua vitória é enorme”.
“Judicialização” é o que fazem os advogados de Lula – o líder mais rejeitado entre os pré-candidatos de 2018 –, com seus questionamentos, nas palavras de Moro, “lamentáveis já que não encontram qualquer base fática”.
Mas o PT, como sempre, criminaliza a política, depois politiza a revelação dos crimes e a condenação dos criminosos.
Petistas como Gleisi, na verdade, gostariam de ter sobre o Judiciário brasileiro o controle que Maduro tem sobre o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela.
De preferência, com uma imprensa pautada exclusivamente por eles próprios.
O Antagonista
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