domingo, 30 de julho de 2017

"Não vou fazer acordo com o diabo para ser simpático", diz Bolsonaro

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No encerramento da conversa com O Antagonista, Jair Bolsonaro, segundo colocado nas pesquisas eleitorais, falou sobre suas chances ao disputar em 2018 a presidência por um partido pequeno como o atual PEN:

“Eu acredito que quem tiver 22% vai para o segundo turno e daí você empata o jogo. E o que é importante também é que eu não vejo isso como obsessão. Então eu acho que está na hora de contribuir com meu país. Se for vontade de Deus, estamos lá. É isso que eu penso. Não vou fazer acordo com o diabo para ser simpático e talvez conseguir sentar na cadeira dessa forma. Você senta, mas depois não governa, é muito difícil.”

Com 20,8% no último levantamento do instituto Paraná Pesquisas (no cenário com Geraldo Alckmin), Bolsonaro está próximo dos 22% que acredita ser necessário alcançar. Se contar a margem de erro, na verdade, já alcançou.


O Antagonista



Filho de Cabral já planeja a reeleição


‘Quanto aos processos do meu pai, cabe a ele respondê-los’, diz


Marco Antônio em visita a São José de Ubá, um dos menores municípios fluminenses
Foto: Reprodução do FacebookMarco Antônio em visita a São José de Ubá, um dos menores municípios fluminenses - Reprodução do Facebook

POR JULIANA CASTRO


Marco Antônio em visita a São José de Ubá, um dos menores municípios fluminenses - Reprodução do Facebook

RIO - Mesmo com o desgaste provocado com a prisão do pai, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), o deputado federal Marco Antônio Cabral (PMDB) planeja sua reeleição e já anda pavimentando seu caminho para a vitória nas urnas. Quando não está em Brasília, o parlamentar, de 26 anos, percorre municípios fluminenses, incluindo os menores, e participa de inaugurações e outros eventos. Além disso, há poucos meses, começou a fazer divulgação do mandato e intensificou o uso das redes sociais, com transmissões ao vivo no Facebook.

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O filho de Cabral disse ao GLOBO, por email, que nunca passou por sua cabeça não disputar a reeleição. Ele nega estar fazendo campanha antecipada:

- Não estou pedindo votos e nem divulgando plataforma eleitoral.

Fora a atividade parlamentar, Marco Antônio desempenha outra função: é uma espécie de canal do pai com o mundo fora dos muros da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica. Cabral foi preso em novembro do ano passado, durante a deflagração da Operação Calicute. O ex-governador responde a 12 processos, já tendo sido condenado em um deles a 14 anos e dois meses de prisão.

Embora não se encarregue de assumir com afinco a defesa do pai publicamente, Marco Antônio publicou um artigo, em 4 de julho, em que diz que Cabral "está sendo linchado publicamente" e que "dizer que a crise existe pela gestão de Sérgio Cabral é uma falácia desmedida, uma mentira".

"No momento, ele está sendo linchado publicamente, mas os dados provam que fez a melhor gestão que o Rio já teve; me assusta ver pessoas esclarecidas colocando nele a culpa pelo que o Rio vem passando. Como deputado federal, filho, e que há 11 anos acompanha a política estadual, não posso deixar de escrever esse contraponto", escreveu o deputado.

Em um dos comentários de postagens de Marco Antônio, uma internauta escreveu: "Só espero que vc não faça igual ao seu pai. Deus tudo vê! Trabalhe e seja digno!". O perfil do deputado se limitou a escrever: "Estou trabalhando, Marta! Conte com o meu mandato".

Perguntado sobre o motivo pelo qual não faz uma defesa pública do pai, o deputado é sucinto:

- Escrevi o artigo defendendo todas as melhorias realizadas no Estado do Rio entre Janeiro de 2007 e abril de 2014. Quanto aos processos respondidos pelo meu pai, cabe a ele e aos seus advogados respondê-los.

O deputado disse ainda não ter conversado com Cabral sobre os planos para a reeleição e se esquiva de comentar sobre as implicações que a prisão de seu pai traz para a campanha.

- Eu procuro sempre fazer o meu trabalho da melhor forma possível e aprender com os acertos e os erros - limitou-se a responder.

Marco Antônio foi secretário estadual de Esportes e Lazer e retomou o mandato em janeiro deste ano, quando passou também a fazer uso da verba indenizatória para divulgação das atividades parlamentares. Contratou uma consultoria e já pagou R$ 40 mil a ela nos últimos meses. Nos vídeos que passou a publicar nas redes sociais, Marco Antônio listou as cidades que já visitou nas últimas semanas no Norte e Noroeste fluminense, onde teve aproximadamente 15 mil de seus 119.584 votos, e as que estaria nas próximas semanas. Em menos de dois meses, o parlamentar terá visitado ao menos 20, sem contar a capital e os municípios em que volta mais de uma vez. As viagens incluem idas a cidades pequenas, como São José de Ubá, que tem apenas 7,1 mil eleitores.

- Não estou fazendo mais do que a minha obrigação. O trabalho de um parlamentar é ouvir as suas bases e estar próximo a elas. Procuro sempre visitar as cidades, em especial as menores, pois têm maior dificuldade em ter seus pleitos atendidos - afirmou ele.

O parlamentar tem seu reunido com prefeitos e autoridades locais – nas cidades e também no gabinete, em Brasília, e tem participado dos mais variados eventos nos municípios em que visita. Em junho, por exemplo, foi a Queimados, na Baixada Fluminense, e em Piraí, no Vale do Paraíba, para a inauguração de campos de grama sintética. Em 18 de julho, participou da Formatura de Operador de Empilhadeiras e Operador de Máquinas Pesadas, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.

O filho de Cabral viu sua campanha de 2014 ser tragada para o meio da confusão da Lava-Jato. O publicitário Francisco de Assis Neto, conhecido como Kiko, que coordenou a campanha de Marco Antônio, está preso desde janeiro deste ano. Em delação premiada, os doleiros Marcelo e Renato Chebar informaram ao Ministério Público Federal (MPF) que repassaram R$ 7,7 milhões a uma pessoa identificada como “Dani”. O dinheiro era entregue em uma sala comercial que pertence à Corcovado Comunicação, empresa de Kiko. O publicitário afirmou em depoimento que fazia os levantamentos de gastos de campanha e que Carlos Miranda, apontado como operador de Cabral, providenciava os valores em espécie.

- Na minha campanha em 2014 não participei da parte financeira, eu fiz campanha nas ruas de segunda a segunda, durante 90 dias. Ano que vem, pretendo atuar em todas as áreas junto à minha equipe de trabalho - afirmou Marco Antônio.


O Globo

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