Kai Pfaffenbach/Reuters
Michel Temer e Angela Merkel na cúpula do G20 em Hamburgo
DIOGO BERCITO
ENVIADO ESPECIAL A HAMBURGO
O presidente brasileiro, Michel Temer, afirmou nesta sexta-feira (7) que não existe uma crise econômica no Brasil. Ele havia acabado de chegar a Hamburgo, na Alemanha, onde participa da cúpula do G20.
"Crise econômica no Brasil não existe. Vocês têm visto os últimos dados. Pode levantar os dados e você verá que estamos crescendo no emprego, estamos crescendo na indústria, estamos crescendo no agronegócio. Lá não existe crise econômica."
Questionado sobre se a crise política não atrapalharia, ele negou com um gesto movendo o dedo indicador.
No último dia 30, o IBGE divulgou que o desemprego no Brasil é de 13,3% e atinge 13,8 milhões de pessoas, dado considerado estável pelo instituto em comparação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período de 2016, por outro lado, houve alta de 20,4%, com um adicional de 2,3 milhões de pessoas desocupadas.
Já a produção industrial brasileira cresceu em maio pelo segundo mês consecutivo. A recuperação, porém, é considerada "pouco vigorosa" pelo IBGE.
Outro fator citado por Temer, o agronegócio cresceu 13,4% no primeiro trimestre do ano, puxando o PIB do país.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, havia dito em Hamburgo no dia anterior que o governo manterá a previsão inicial de crescimento de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano.
No fim de junho, durante evento em São Paulo, Meirelles chegou a dizer que a economia cresceria menos do que o esperado neste ano. Ele afirmou, na época, que a previsão de crescimento do PIB em 2017 seria "um pouco menor" que 0,5%.
AGENDA
Temer participa durante o dia de uma reunião dos Brics (grupo composto por Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul), durante a qual adiantou que discutirá o ambiente com os demais países.
A mudança climática é um dos grandes eixos dessa cúpula, que congrega os líderes das principais economias do mundo –são 19 países, incluindo EUA e Alemanha, somados à União Europeia.
A passagem de Temer por Hamburgo, com retorno previsto à tarde de sábado, coincide com as negociações em Brasília para barrar na Câmara a denúncia de corrupção passiva contra ele.
O presidente brasileiro havia cancelado sua participação no G20, mas reavaliou a decisão na segunda-feira. O governo tenta, com sua visita, transmitir uma imagem de normalidade institucional, em meio à crise política.
Temer não tem nenhuma reunião bilateral prevista com outro líder internacional, nem se reuniu em Berlim com a chanceler alemã, Angela Merkel, algo que estava inicialmente planejado.
O programa oficial distribuído à imprensa ainda registra como chefe da delegação brasileira o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e não Temer. Era o arranjo previsto caso o presidente não viajasse. O material na internet já foi corrigido.
A comitiva liderada por Temer tem cerca de 15 pessoas, incluindo embaixadores, assessores da Fazenda, a assessoria internacional do presidente e o cerimonial.
Do gabinete, estão confirmados o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o chanceler Aloysio Nunes.
A imprensa alemã relatou durante a semana que o Brasil pediu o credenciamento de 13 guardas armados, número considerado alto. Os EUA teriam pedido apenas 11. Mas os governos brasileiro e alemão não confirmaram a informação à Folha.
Temer participará de uma reunião dos Brics (grupo composto por Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul). Estão também na agenda uma reunião informal com os líderes do G20, um almoço de trabalho e um concerto na Filarmônica.
DIVERGÊNCIAS
O debate desta cúpula se centrará em temas como ambiente, migração e terrorismo, em que há divergência entre governantes, por exemplo, Trump e Merkel.
Segundo a Folha apurou com fontes familiares ao processo, o Brasil deve defender visões semelhantes às da União Europeia. O país concorda com o Acordo de Paris sobre o ambiente e quer manter o sistema multilateral de comércio -dois assuntos em que Trump discorda.
A migração também terá força na visão brasileira, que será apresentada como mais aberta do que a americana, onde viajantes vindos de uma série de países islâmicos têm tido seus vistos de entrada negados. No caso do Brasil, o enfoque será nos haitianos e venezuelanos.
Folha de S. Paulo
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