sexta-feira, 14 de julho de 2017

MPF pede abertura de investigação contra Beto Albuquerque e Jairo Jorge

Delação de executivo da Odebrecht apontou recebimento de caixa 2 para campanha de políticos gaúchos

Delação de executivo da Odebrecht apontou recebimento de caixa 2 para campanha de políticos gaúchos | Foto: Fotos CP Memória

Delação de executivo da Odebrecht apontou recebimento de caixa 2 para campanha de políticos gaúchos | Foto: Fotos CP Memória

A Procuradoria da República no Rio Grande do Sul requisitou à Polícia Federal a abertura de inquérito policial referente a supostos recebimentos ilegais de recursos envolvendo o ex-deputado Beto Albuquerque (PSB) e o ex-prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PDT). As suspeitas foram levantadas após a delação premiada de Alexandrino Alencar, executivo da Odebrecht. Os políticos foram citados como supostos beneficiários de vantagens indevidas pelo menos nos dois últimos pleitos dos quais participaram.

Alexandrino Alencar prestou depoimento em forma de delação premiada no dia 12 de abril, apontando uma série de práticas criminosas por parte da empreiteira. Ainda em outubro do ano passado, a delação do executivo foi recusada pela operação Lava Jato, mas a postura foi revista, levando às denúncias contra os gaúchos. Na ocasião do depoimento, Alexandrino já havia mencionado que os valores encaminhados a Jairo Jorge tinham como objetivo facilitar a execução de uma obra na ERS 110, que acabou nunca sendo realizada.

Além de Beto Albuquerque e Jairo Jorge, outros 10 parlamentares gaúchos integraram a chamada “lista de Fachin”, envolvendo delações premiadas encaminhadas pela Odebrecht: o ministro Eliseu Padilha, do PMDB, e os deputados federais Marco Maia (PT), Onyx Lorenzoni (DEM), Yeda Crusius (PSDB) e Maria do Rosário (PT) – todos esses com foro privilegiado -, além do ex-governador Germano Rigotto (PMDB), do ex-deputado federal Paulo Ferreira (PT), dos deputados estaduais Manuela D’Ávila (PCdoB) e Frederico Antunes (PP), do ex-deputado do PT e hoje conselheiro do Tribunal de Contas do RS Estilac Xavier e do prefeito de Uruguaiana Ronie Mello (PP) – esses últimos sem foro.

O que dizem os envolvidos:

Jairo Jorge

“Essa questão das contribuições surgiu em março de 2016, mas todos os recursos que eu recebi foram declarados, estão nas prestações de contas. Tenho todos os comprovantes desses recursos, tanto de 2008 quanto de 2012. Não podemos transformar o legal em ilegal, até 2014 era legal receber contribuição de empresas. Eu recebi de várias, entre elas da Odebrecht. Eu entreguei 835 obras na minha cidade (Canoas), nenhuma delas era da Odebrecht. Eles contribuíram comigo e com outros, por isso eu estou aguardando essa oportunidade para mostrar todos os comprovantes, para que isso seja esclarecido.”

Beto Albuquerque

“Recebo com tranquilidade a notícia da abertura do inquérito. É que seja logo! O quanto antes tudo for esclarecido melhor. Vou provar a inexistência deste fato. Nunca recebi nada ilegal da Odebrecht. Preciso conhecer toda a história que foi contada. O inquérito é super bem-vindo para que minha palavra seja ouvida e a palavra do Alexandrino seja verificada. Quem acusa precisa provar. Em 2010 e 2012 tivemos contribuições legais da Odebrecht formalmente feitas ao PSB estadual e nacional. Está tudo devidamente registrado.”


Rádio Guaíba e Correio do Povo

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