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sábado, 29 de julho de 2017

Moro fará interrogatório presencial de Lula

Novo depoimento do ex-presidente será no dia 13 de setembro

Novo depoimento de Lula para o juiz Sérgio Moro ocorre no dia 13 de setembro | Foto: Ricardo Borges / Folhapress / CP Memória

Novo depoimento de Lula para o juiz Sérgio Moro ocorre no dia 13 de setembro | Foto: Ricardo Borges / Folhapress / CP Memória

O juiz Sérgio Moro confirmou para o dia 13 de setembro novo interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desta vez na ação penal em que o petista é réu por suposto recebimento de propinas da Odebrecht. Pela segunda vez, Moro e Lula vão ficar frente a frente.

O magistrado havia sugerido que o novo depoimento fosse realizado por videoconferência - o ex-presidente prestaria depoimento na Justiça Federal em São Paulo, evitando seu deslocamento a Curitiba, onde fica a 13.ª Vara Federal, de titularidade de Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância judicial.

O juiz alegou que a medida poderia evitar "gastos indesejáveis", referindo-se ao aparato de segurança pública mobilizado da primeira vez em que ele e o petista se encontraram. Em maio, Lula foi interrogado por Moro pela primeira vez nos autos da ação penal do caso do triplex do Guarujá (SP). Na ocasião, houve manifestações na capital paranaense em defesa do petista e contra ele.

Nova audiência também será gravada

Apesar da sugestão do juiz, Lula recusou falar por videoconferência. Por meio de seus advogados, ele comunicou que é seu desejo depor pessoalmente a Moro. "Diante da recusa, o interrogatório será presencial", decidiu nesta sexta-feira, o juiz da Lava Jato. Moro também determinou que a audiência será gravada, da mesma forma como já foi feito em ação penal conexa.

Neste processo, segundo a denúncia do Ministério Público Federal, Lula é acusado de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro em razão de contratos firmados entre a Petrobrás e a Odebrecht. A acusação aponta que parte da propina paga pela empreiteira foi lavada mediante a aquisição, em benefício do ex-presidente, de imóvel em São Paulo que seria usado para a instalação do Instituto Lula.

A denúncia da procuradoria aponta ainda que, do valor da propina paga pela Odebrecht, R$ 504 mil teriam sido usados para comprar um apartamento vizinho à cobertura de Lula em São Bernardo do Campo. Os advogados de Lula negam que ele tenha recebido propinas da Odebrecht.

Previdência

Lula afirmou nesta sexta-feira que não tem de dar explicações sobre os R$ 9 milhões de uma conta na Brasilprev Seguros e Previdências, do Banco do Brasil - o montante foi bloqueado por Moro dias após acondenação do petista a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex.

"Eu não tenho que explicar nada. Tenho 76 palestras feitas no exterior. O dinheiro entrou pelo Banco Central, está depositado no Banco do Brasil. Não tem conta na Suíça, a certeza da minha honestidade é que eu não depositei na Suíça", afirmou Lula à Rádio Som Maior, de Criciúma, Santa Catarina. Segundo Lula, o magistrado é que "tem que explicar por que bloqueou um dinheiro que está na previdência privada".

Lula afirmou ainda que vai começar uma caravana pelo Nordeste do País. "Nós vamos fazer campanha, sendo candidato ou não", afirmou o petista na entrevista.


Estadão Conteúdo e Correio do Povo

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