Alguns comandavam o tráfico de drogas, ordenavam execuções, roubos a banco e arquitetavam outros crimes de dentro do sistema prisional
Por: Marcelo Kervalt, Cid Martins, Eduardo Torres e Eduardo Matos
Foto: Divulgação
Uma megaoperação para a transferência de 27 condenados gaúchos para penitenciárias federais agitou a madrugada e manhã desta sexta-feira (28) no Rio Grande do Sul. Considerados líderes de facções, a maioria dos presos estava detida no Presídio Central de Porto Alegre e na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Eles serão levados em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para penitenciárias federais de Porto Velho, em Rondônia, Mossoró, no Rio Grande do Norte, e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, sendo nove presos para cada. Outros 19 pedidos foram negados pela Justiça.
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Mantida em sigilo, a Operação Pulso Firme teve início na madrugada de quinta-feira (27), quando a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) concentrou em Charqueadas os presos que estavam em Porto Alegre e no interior do Estado. A continuação e desfecho da mobilização em solo gaúcho se deram sob forte neblina nesta sexta-feira (28) com a atuação de 3 mil agentes de 20 instituições. É a maior operação já realizada no Rio Grande do Sul, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
A SSP desencadeou a maior operação integrada já realizada em solo gaúcho. Mais de 3 mil homens e 20 instituições mobilizadas.
¿ Segurança Pública/RS (@SSP_RS) 28 de julho de 2017
Às 3h, viaturas da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros já monitoravam a BR-290 e a RS-401, que dão acesso ao maior complexo prisional do RS. Depois disso, agentes entraram na Pasc e lá permaneceram por duas horas organizando o embarque dos detentos. Às 6h40min, trechos das duas rodovias foram bloqueados para deslocamento. E, às 6h51min, o comboio de dez vans partiu em direção a Canoas, onde chegou às 8h. Um grande congestionamento se formou nos dois sentidos na BR-290.
Os presos escolhidos para deixar o Estado comandavam o tráfico de drogas, ordenavam execuções, roubos a banco e arquitetavam outros crimes de dentro do sistema prisional. Por serem os líderes das maiores facções gaúchas e manterem contato com seus subordinados nas ruas, há receio de que essas transferências causem uma onda de violência no Rio Grande do Sul nas próximas horas.
Presídio Central:
Juliano Biron da Silva, o Biron, 34 anos
Cristiano Feijó Madrile, o Cabelo, 32 anos
Daniel Araújo Antunes, o Patinho, 35 anos
Dezimar de Moura Camargo, o Tita, 36 anos
Fabrício Santos da Silva, o Nenê, 34 anos
Tiago Benhur Flores Pereira, o Benhur, 32 anos
Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc):
Cássio Alexandre Ribeiro, 37 anos
Diego Moacir Jung, o Dieguinho, 34 anos
Fábio Fogassa, o Alemão Lico, 39 anos
Fábio Luis da Silva Mello, Fábio do Gás, 39 anos
Jonatha Rosa da Cruz, o Bito, 35 anos
José Carlos dos Santos, o Seco, 38 anos
José Marcelo Reyes Morales, 40 anos
Letier Ademir Silva Lopes, 35 anos
Márcio Oliveira Chultz, Alemão Márcio, 36 anos
Marcos José Viotti, o Mineiro, 46 anos
Milton de Mello Ferraz, 46 anos
Tiago Gonçalves Prestes, 32 anos
Vanderlei Luciano Machado, o Lelei, 39 anos
Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas:
Adriano Pacheco Espíndola, o Baiano, 29 anos
Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ):
Anderson Bueno Martins, o Fofo, 42 anos
Caio Cezar Pereira da Silva, o Caio Loko, 31 anos
Leonardo R. de Souza, o Peixe, 35 anos
Risclei Bueno Martins, 36 anos
Wagner Nunes Rodrigues, o Minhoquinha, 32 anos
Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro:
Carlos José Machado dos Santos, o Caio, 45 anos
Presídio Regional de Pelotas:
Eder Souza Santos, o Edinho, 31 anos
Zero Hora
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