Presidente da Câmara salientou que data foi definida em acordo por dificuldade de garantir quórum
Presidente da Câmara salientou que data foi definida em acordo por dificuldade de garantir quórum | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil / CP
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou na noite desta quinta-feira que a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer acontecerá no dia 2 de agosto. "É a melhor data. Foi um acordo entre a base e a oposição", disse o parlamentar. Segundo ele, a sessão vai ter início às 9h e deve ser concluída no mesmo dia. Haverá 25 minutos para o defesa de Temer se manifestar e 25 minutos para o relator, Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que votou pela rejeição da denúncia.
A data foi anunciada após uma reunião com os líderes da Casa. O governo começou a admitir a votação em agosto no início desta quinta-feira, após constatar que não conseguiria mobilizar o quórum necessário de 342 deputados para dar início à votação nos próximos dias, já que a oposição ameaçava obstruir a sessão e muitos deputados da base já estariam fora de Brasília por conta do recesso parlamentar.
Maia disse, no entanto, que a sua intenção era realizar a votação já na segunda-feira, 17. "A minha proposta era dia 17 de julho, mas o governo percebeu que era muito difícil chegar a 342 deputados na Casa com a oposição fazendo obstrução".
Líderes da base tentaram manter o otimismo após o anúncio da data. "O governo terá os votos necessários para barrar a denúncia hoje ou em agosto", disse o líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). A oposição, no entanto, espera que fatos novos, como o fechamento de acordos de delação premiada por parte do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o doleiro Lúcio Funaro desgastem ainda mais o governo.
Primeiro na linha sucessória, Maia pode se beneficiar desse adiamento, já que assumiria a Presidência em um eventual afastamento de Temer. Apesar do apelo da base, o presidente da Câmara não cedeu e manteve o número mínimo de 342 deputados no plenário para dar início à votação. Segundo ele, qualquer outro cenário poderia ser contestado no Supremo Tribunal Federal (STF).
Estadão Conteúdo e Correio do Povo
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