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© Ricardo Matsukawa O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o juiz Sergio Moro foi pressionado a condená-lo na Lava Jato
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira que a ausência de contas no exterior em seu nome deveria ser levada em conta como prova de sua inocência. O petista afirmou que o juiz federal Sergio Moro, responsável pelaOperação Lava Jatona primeira instância, sofreu pressões de “setores da imprensa” e de “mentiras” ao condená-lo a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá. “A única prova que tem naquele processo é a da minha inocência”, declarou.
As declarações de Lula foram dadas em entrevista à rádio Som Maior, de Criciúma. Questionado sobre como justificaria aos seus eleitores a quantia de 9 milhões de reais que mantinha em duas contas de previdência privada, o ex-presidente afirmou que não tinha que dar satisfações a ninguém.
“Eu não tenho que explicar nada. Primeiro porque tenho 76 palestras feitas no exterior. O dinheiro entre pelo Banco Central quando foi pago no exterior. Está depositado no Banco do Brasil. Não tem conta na Suíça. A certeza da minha honestidade é que não depositei dinheiro na Suíça, eu depositei no Branco do Brasil, na previdência privada para me garantir. Quando você está com mais de 70 anos, você tenta garantir a sobrevida da sua família”, afirmou Lula.
Ele disse que Moro ainda lhe deve explicações sobre o bloqueio de bens. “Por que ele bloqueou um dinheiro que está na previdência privada?”. Lula afirmou que esperava ser absolvido no processo do tríplex e receber um pedido de desculpas de Moro “Mas a ordem é condenar o Lula. Ele não tinha como se explicar à Rede Globo de Televisão se não me condenasse.”
Caravana
O ex-presidente disse que voltaria a dar palestras se não estivesse envolvido nesse “imbróglio todo”. Para fortalecer a sua pré-candidatura à Presidência da República, no entanto, Lula anunciou uma caravana pelo Nordeste. Segundo o petista, a viagem terá início no dia 17 de agosto, na Bahia, e se encerrará 21 dias depois, no Maranhão. Ele afirmou que fará todo o trajeto por terra e manifestou o desejo de repetir a ideia nas outras regiões do país.
“Vamos fazer campanha, sendo candidato ou não. Nós vamos andar pelo Brasil”, declarou Lula, que atribuiu a condenação na Lava Jato a uma tentativa de barrar seu plano de retornar ao Palácio do Planalto. “Se querem evitar que eu seja candidato, essa não é a melhor forma. A melhor forma é tentar arrumar um candidato bom nos outros partidos políticos para ganhar as eleições.”
Lula também disse não temer o desgaste sofrido pelo PT por conta dos escândalos de corrupção. “Fico pensando qual partido resistiria ao massacre que o PT tem sofrido. É como as forças americanas bombardeando o Vietnã. São quinhentos milhões de toneladas de bombas contra o PT. E qual o problema? O Vietnã venceu.”
Confira a íntegra da entrevista concedida por Lula:
VEJA.com/Ricardo Bunduky
Ouricuri em Foco
Melhor solução para o país é votar denúncia contra Temer na quarta, diz Maia
Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse hoje (28), em São Paulo, que haverá quórum suficiente para votar, na próxima quarta-feira (2), a denúncia contra o presidente da República Michel Temer. Segundo ele, a votação na quarta-feira é a “melhor solução” para o país. A estimativa dele é que mais de 480 deputados estejam presentes na votação.
“Na minha opinião, haverá quórum. O Brasil precisa de uma definição para esse assunto. Não se pode, do meu ponto de vista, jogar com um assunto tão grave, tão sério, como uma denúncia oferecida pela PGR [Procuradoria-Geral da República] contra o presidente da República. Nosso papel é votar. Quem quiser, vota sim, quem quiser, vota não. Mas não votar é manter o país parado no momento em que o Brasil vive uma recuperação econômica, mas ainda com muitas dificuldades”, disse ele.
Maia falou com a imprensa após almoçar com o prefeito em exercício de São Paulo, Milton Leite, na sede da prefeitura, no centro da capital. João Doria está em viagem à China, em busca de parcerias para a cidade. “Acho muito grave que a Câmara não tome uma decisão. Que seja para aprovar ou não [a denúncia]. Isso é uma decisão de cada deputado. O que a gente não pode é deixar o paciente em centro cirúrgico, com a barriga aberta”, acrescentou o presidente da Casa. Maia disse ainda que um possivel adiamento paralisaria a pauta do Congresso Nacional. "A melhor solução para o Brasil é que a denúncia seja votada na quarta", completou.
Reformas e meta fiscal
Maia afirmou ainda que o Congresso pretende retomar as votações das reformas assim que for encerrada a votação da denúncia contra Temer. “Tenho muita esperança e vou trabalhar fortemente para que a gente possa votar a reforma da Previdência porque entendo que o Brasil tem problemas graves a médio e longo prazo, problemas estruturais que precisam ser resolvidos. É vendida como uma reforma que vai tirar direitos dos mais pobres, mas é exatamente o contrário. O déficit da Previdência é que tira direitos dos mais pobres e privilegia poucos”, disse. Outra votação que ele destacou como importante é a reforma para simplificar o sistema tributário.
Apesar de ter reafirmado seu apoio à política econômica do governo federal, Maia criticou a possibilidade de revisão da meta fiscal já estabelecida pelo governo. Ele defende que a meta “fique onde está”. “Não devemos, nem podemos, sem motivo, mexer na meta fiscal que foi apresentada no início do ano. Temos um rombo fiscal gravíssimo no Brasil e precisamos votar a denúncia [contra Temer] para que possamos voltar ao tema das reformas, porque com elas vamos conseguir superar esse déficit fiscal”.
Reivindicações
O prefeito em exercício de São Paulo, Milton Leite, entregou a Maia uma lista de reivindicações da cidade para o governo federal. “Obviamente, temos pleitos junto ao governo federal para os programas dos mananciais e do Minha Casa Minha Vida. O presidente [da Câmara] Rodrigo Maia está levando, em mãos, um documento nosso solicitando a liberação dos recursos bloqueados pelo governo federal”, disse ele.
Segundo Maia, no almoço eles também conversaram sobre a questão fiscal. “Há uma preocupação grande da prefeitura de São Paulo com o aumento dos combustíveis, principalmente do diesel. E nós vamos discutir esse tema”, falou o deputado. Além de Maia e de Milton Leite, participaram do almoço vereadores, deputados estaduais e federais, prefeitos e secretários.
Agência Brasil
Neste sábado (29), eles já circulavam em meio a banhistas na praia do Leblon. https://glo.bo/2uLVNEY #GloboNews
-> Tiroteio no Dona Marta assustou moradores nesta madrugada; chefe do tráfico foi preso: https://glo.bo/2uLIowX
Homens das forças federais reforçam segurança na orla do Rio de Janeiro; serão 10 mil
G1.GLOBO.COM
Decreto de ajuda financeira ao Rio abre caminho para socorro a outros estados
Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil
Publicado hoje (28), no Diário Oficial da União, o decreto que regulamenta a ajuda financeira da União ao estado do Rio de Janeiro abre caminho para o socorro a outros estados em dificuldade, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais. O texto era o último passo que faltava para a entrada em vigor da lei que cria o Regime de Recuperação Fiscal, programa de auxílio a estados com problemas de liquidez.
Com a assinatura do decreto pelo presidente Michel Temer, a Secretaria de Fazenda do Rio de Janeiro precisa apenas resolver detalhes jurídicos para formalizar o pedido de ajuda ao governo federal no início da próxima semana. Até a semana passada, faltavam acertar o fluxo de caixa entre o Tesouro Nacional e o estado, a forma como se dará a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) e a renovação da concessão da Companhia Estadual de Gás e das linhas de ônibus intermunicipais.
Hoje (28) pela manhã, representantes dos governos federal, estadual e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reuniram-se para definir como se dará a venda da Cedae. Ficou acertado que o banco de fomento será sócio minoritário na companhia, com até 49% das ações da empresa, mas com uma golden share, ação especial que concede poderes de veto após a privatização.
A venda da Cedae fornecerá dinheiro para servir de garantia – cobertura contra possíveis calotes – do governo fluminense ao empréstimo de R$ 3,5 bilhões concedido pelo BNDES e por outros bancos, como Caixa e Banco do Brasil, ao estado. O dinheiro deve ser liberado nos próximos 60 a 90 dias. O estado também receberá a antecipação de royalties do petróleo.
Esse dinheiro servirá para que o Rio de Janeiro pague dívidas com fornecedores e regularize os salários dos servidores estaduais. O estado também deixará de pagar, por três anos, as parcelas da dívida com a União renegociada no ano passado, mas terá de adotar contrapartidas, além da privatização da Cedae.
Por determinação da lei que criou o Regime de Recuperação Fiscal, o governo do Rio de Janeiro aumentou de 11% para 14% a contribuição dos servidores públicos para a previdência estadual. O estado teve ainda de acabar com incentivos fiscais e criar um teto local de gastos, último entrave que faltava para a edição do decreto.
Agência Brasil
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