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terça-feira, 11 de julho de 2017

Jornais americanos protestam contra "duopólio" de Google e Facebook

Meios de comunicação alegam que as duas empresas de tecnologia ficam com mais de 70% dos 73 bilhões de dólares gastos anualmente em publicidade na web

Veículos reclamam que empresas de tecnologia absorvem grande parte da receita publicitária online | Foto: LEON NEAL, LOIC VENANCE / AFP

Veículos reclamam que empresas de tecnologia absorvem grande parte da receita publicitária online | Foto: LEON NEAL, LOIC VENANCE / AFP

A indústria jornalística dos Estados Unidos advertiu, nesta segunda-feira, sobre o "duopólio" formado por Google e Facebook e pediu para negociar com as empresas que dominam a difusão de notícias e publicidade na internet. A News Media Alliance disse que os meios de comunicação se veem forçados "a entregar seus conteúdos e jogar sob suas regras sobre como apresentar, priorizar e monetizar as notícias e a informação".

Uma declaração da associação que reúne cerca de 2 mil grupos de veículos disse que as organizações de notícias "estão muito limitadas em seu poder de negociação com o duopólio formado, que absorve o decrescente segmento de receitas de publicidade". O grupo, antes chamado Newspaper Association of America, inclui importantes jornais, como The New York Times e The Wall Street Journal, mas também veículos menores e organizações de notícias.

A indústria jornalística vive uma queda irrefreável da demanda por notícias impressas à medida que os leitores se voltam cada vez mais para as plataformas online. O presidente da Alliance, David Chavern, escreveu no The Wall Street Journal que as plataformas digitais "distorcem o valor econômico obtido fazendo bom jornalismo". Chavern disse que Google e Facebook ficam com mais de 70% dos 73 bilhões de dólares gastos anualmente em publicidade na web.

"Mas os dois gigantes digitais não empregam repórteres. Não mexem nos arquivos públicos para desvendar a corrupção, nem enviam correspondentes a zonas de guerra, nem aos jogos à noite", escreveu Chavern. "Eles esperam que a economicamente penosa indústria de notícias faça esse trabalho por eles", acrescentou.

O representante da associação insistiu que as empresas jornalísticas "devem poder negociar coletivamente com as plataformas digitais que controlam a distribuição e o acesso à audiência". Facebook e Google, que compartilham parte dos lucros de algumas plataformas com empresas de notícias, alegam que tentaram ajudar os veículos fazendo algumas concessões.

"Estamos comprometidos em ajudar a desenvolver o jornalismo de qualidade no Facebook. Avançamos em nosso trabalho com os veículos e há muito o que fazer", disse o diretor de alianças informativas do Facebook, Campbell Brown. "Queremos ajudar os editores a vencer sua transição para o digital", afirmou a Google em um comunicado. "Nos últimos anos, criamos vários produtos especializados e tecnologias específicas para ajudar" os jornais, completou a empresa.


AFP e Correio do Povo

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