Em entrevista ao jornalista Roberto D'Avila, da Globo News, que vai ao ar na noite desta quarta-feira, 5, procurador-geral da República diz que 'as investigações continuam' e que 'cada investigação tem o seu tempo próprio'
Da Redação
Procurador-geral da República, Rodrigo Janot. FOTO ALEX SILVA/ESTADAO
O procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou que investigações em curso poderão provocar novas denúncias criminais contra o presidente Michel Temer. A revelação de Janot foi dada em entrevista exclusiva ao jornalista Roberto D’Avila, da Globo News, que vai ao ar na noite desta quarta-feira, 5.
“As investigações continuam. Cada investigação tem o seu tempo próprio, tem o seu próprio tempo de maturação. Ao final dessas investigações o resultado será a denúncia ou arquivamento”, disse Janot.
A primeira denúncia do procurador contra Temer atribui ao peemedebista crime de corrupção passiva no caso JBS. Janot está convencido de que o presidente era o destinatário real de uma propina de R$ 500 mil da JBS – na noite de 28 de abril, o ex-assessor especial de Temer, Rodrigo Rocha Loures, foi filmado pegando uma mala de propinas do grupo, 10 mil notas de R$ 50.
Michel Temer. FOTO DIDA SAMPAIO / ESTADAO
Esta primeira denúncia foi enviada pelo Supremo Tribunal Federal à Câmara, que tem prerrogativa de autorizar ou não a abertura de ação penal contra o presidente. Nesta quarta, 5, o advogado de Temer entregou à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara uma defesa de 98 páginas em que sustenta que Janot faz ‘ilações’.
O procurador agora poderá apresentar nova acusação formal contra Temer, por obstrução de Justiça, baseado no áudio da conversa do presidente com o empresário Joesley Batista, acionista da JBS.
Na noite de 7 de março, Joesley gravou a conversa com o presidente no Palácio do Jaburu. Temer teria incentivado o empresário a manter o silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso desde outubro de 2016.
Ao ser indagado sobre o que sentiu quando ouviu a gravação da conversa de Joesley com Temer pela primeira vez, o procurador-geral disse: “Eu senti náusea”.
“Vamos aguardar o encaminhamento das investigações, uma está mais adiantada do que a outra, para que possamos avaliar se haverá denúncia ou arquivamento”, disse Janot a D’Avila.
“Elas (novas denúncias) poderão ocorrer ou não, depende do que a investigação nos conduzir.”
Estadão
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