Entidades do setor produtivo afirmam que decisão vai comprometer recuperação da economia
A exemplo da maioria das entidades do setor produtivo, como a Fiesp e a Fiergs, a Federasul criticou, em nota, na noite desta quinta-feira, a decisão do governo federal de dobrar a alíquota do PIS/Cofins sobre os combustíveis para cumprir a meta de superávit primário em 2017.
“A técnica já é antiga. Aumentar impostos cada vez que as contas não fecham sem (o governo) tomar medidas internas para ajustar suas contas ou fechar as torneiras dos recursos mal concedidos”, criticou a presidente da Federação, Simone Leite.
Para a dirigente, o aumento da gasolina, do diesel e do etanol vai atingir “todos os brasileiros”, elevando os custos da cadeia produtiva. “Teremos um festival de aumentos em todos os setores”, alertou Simone, lembrando que a economia já sofre com a crise econômica intensificada pela crise política”. “Precisamos reduzir o tamanho do estado para caber na conta”, reiterou.
As entidades criticaram o aumento de tributos sobre os combustíveis, anunciado nesta quinta-feira pelo governo. Por meio de notas oficiais, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e do Estado de São Paulo (Fiesp) informaram que a medida atrasará a recuperação da economia e que o governo deveria ter buscado outras formas de equilibrar as contas públicas e garantir o cumprimento da meta fiscal para este ano.
“Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, aumentar imposto não vai resolver a crise; pelo contrário, irá agravá-la bem no momento em que a atividade econômica já dá sinais de retomada, com impactos positivos na arrecadação em junho. Aumento de imposto recai sobre a sociedade, que já está sufocada, com 14 milhões de desempregados, falta de crédito e sem condições gerais de consumo”, destacou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, em nota publicada na página da entidade na internet.
De acordo com Skaf, o governo deveria concentrar-se no corte de gastos e na melhoria da gestão do Estado, em vez de aumentar tributos. “Todos sabem que o caminho correto é cortar gastos, aumentar a eficiência e reduzir o desperdício”, disse. Ele acrescentou que a posição da Fiesp contrária à alta de tributos é apartidária e não depende de governos.
A sugestão da Fiesp é parecida com a da CNI. Em nota, o presidente da confederação, Robson Braga de Andrade, ressaltou que a medida provoca prejuízos tanto para o consumidor como para as empresas. “A elevação dos tributos drena recursos do setor privado para o setor público. Provoca o aumento dos custos das empresas e reduz o poder de compra das famílias, o que prejudica o crescimento da economia”, comentou.
Para a CNI, o equilíbrio das contas públicas deve ser perseguido pela contenção dos gastos, em vez do aumento dos impostos. A entidade recomendou a aceleração das reformas estruturais, principalmente a da Previdência Social, para melhorar o ambiente de negócios e buscar o ajuste fiscal no longo prazo. Segundo a CNI, somente as reformas restabelecerão a confiança dos empresários e dos consumidores e farão a economia recuperar-se.
No mesmo tom, a Firjan defendeu em nota que "a saída para a crise fiscal não passa por mais aumento de impostos, mas na adequação dos gastos públicos ao novo cenário econômico e na urgência da aprovação da reforma da Previdência”.
A entidade destacou que no estado do Rio de Janeiro será atingido um novo recorde de fechamento de empresas em 2017 e que não é o momento de onerar o custo do transporte e da produção para as indústrias. Para a Firjan, o aumento de tributos pode resultar em queda “e não em aumento da arrecadação, simplesmente porque o próprio fisco está expulsando os contribuintes da base de arrecadação tributária”.
Agência Brasil e Correio do Povo
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