Raquel Biscaglia e Rodrigo Wilsen da Silveira planejavam ter um filho há pelo menos cinco meses, mas escrivão morreu sem saber da notícia
A escrivã da Polícia Civil Raquel Biscaglia, 35 anos, deixou o consultório médico em Porto Alegre, na manhã desta sexta-feira (7) com esperanças renovadas. Fez exames clínicos que comprovaram o que ela havia descoberto há dois dias: está grávida. Uma boa nova que chega apenas duas semanas depois do trauma da perda do companheiro _ e pai do bebê _, o também escrivão Rodrigo Wilsen da Silveira, 39 anos, em uma ação policial em Gravataí, na Região Metropolitana. Raquel, que fazia parte da mesma equipe, testemunhou a perda do companheiro.
— Foi um choque muito grande descobrir a gravidez nessas circunstâncias. Se por um lado eu fico triste pelo Rodrigo não poder estar aqui e vivenciar esse momento, por outro, renovo as minhas esperanças. Vai ser um pedacinho dele que sempre ficará comigo. Não ficou só tristeza _ desabafa.
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Ter um filho era um plano do casal há pelo menos cinco meses. Agora, Raquel descobriu que está com cinco semanas e três dias de gestação. Ela e Rodrigo já haviam pensado no nome de uma menina, que será Lara. Se for um menino, a mãe sabe que contará com a ajuda do pai na escolha.
— Na noite que eu descobri que estava grávida, fui dormir angustiada pela ausência do Rodrigo. Mas ele apareceu no meu sonho, beijou a minha barriga e disse que vai estar sempre junto. Achei ele tão sereno _ conta, entre lágrimas.
Veja a entrevista concedida por Raquel a ZH em 26 de junho:
Raquel já é mãe de dois filhos. Rodrigo também deixou dois filhos. Dias depois da perda, a escrivã disse que não pensava em abandonar a carreira policial. Seu objetivo, dizia, era trabalhar pelas crianças. Um sentimento que ela garante, está reforçado.
— A gravidez vai me dar ainda mais força para retomar a vida normal e voltar à polícia — diz.
Ela está afastada das funções por um mês após a morte do companheiro.
A investigação
O inquérito que apura a morte de Rodrigo Wilsen ainda não foi concluído. De acordo com o delegado Rafael Sobreiro, três laudos periciais foram solicitados, e ainda restam dois a serem concluídos. Um deles é o exame de balística.
— O confronto balístico será fundamental para comprovar se o disparo que vitimou o policial saiu realmente da pistola apreendida. Também aguardamos os laudos para comprovar se partiram disparos do revólver também apreendido na ação — explica o delegado.
O escrivão foi morto com um tiro na cabeça disparado por um criminoso em uma casa onde a polícia cumpria mandado de busca. Seis pessoas foram presas no local. Elas permanecem na cadeia.
Zero Hora
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