Segundo a companhia, queda foi menor que média da indústria do produto
Consumo de cerveja caiu no Brasil | Foto: André Ávila / CP Memória
A Ambev diminuiu em 1,3% as vendas em volume de cerveja no Brasil nos meses de abril a junho em relação ao mesmo período no ano passado. A queda, segundo a companhia, foi menor que a da média da indústria de cerveja. A fabricante de bebidas citou dados da Nielsen apontando que, no mesmo período, a totalidade das cervejarias encolheu volumes em 2,7%.
O lucro líquido ajustado da Ambev no segundo trimestre foi de R$ 2,141 bilhões, 2,4% menor do que no mesmo período de 2016. Segundo o relatório da empresa, o resultado foi impactado pela desvalorização do real brasileiro e pela geração de caixa da operação (Ebitda). O impacto positivo foi a redução das despesas financeiras da fabricante de bebidas. Nos primeiros seis meses do ano, o indicador recuou 12,5%, passando de R$ 5,045 bilhões no primeiro semestre de 2016 para R$ 4,457 bilhões no mesmo período de 2017.
A receita líquida da Ambev aumentou 4,8% no segundo trimestre, impulsionada pelos resultados de todas as operações internacionais da empresa: América Latina Sul (LAS) (+36,2%), América Central e Caribe (CAC) (+6,9%) e Canadá (+1,4%). Já no Brasil, o resultado caiu 4,1%, impactado pela queda de 4,7% no volume total de vendas.
A Ambev considerou que o segmento de cerveja "mainstream" (que envolve as marcas mais populares) continuou a ser pressionado por "ambientes macroeconômicos e políticos adversos e voláteis". Já o segmento de cervejas premium, segundo a empresa, cresceu entre 17% e 19% no trimestre. Entre abril e junho deste ano, a Ambev registrou um volume vendido de 17,430 milhões de hectolitros.
A piora no mercado de cerveja contribuiu com a queda total de 4,7% nos volumes da totalidade das bebidas vendidas pela Ambev no segundo trimestre de 2017 ante igual período do ano passado. Nos meses de abril a junho, a empresa vendeu ao todo 22,979 milhões de hectolitros.
Com isso, a receita líquida da Ambev no mercado brasileiro recuou 4,1% no trimestre na comparação anual, chegando a R$ 5,325 bilhões. O Custo do Produto Vendido (CPV) no Brasil subiu 3,8%, para R$ 2,141 bilhões.
Considerando apenas o negócio de cerveja, a receita no trimestre chegou a R$ 4,546 bilhões, um recuo de 3,3% na comparação anual. O CPV de cerveja aumentou 5,3% no mesmo período, para R$ 1,721 bilhão.
Refrigerantes
Já o volume de refrigerantes e outras bebidas não-alcoólicas caiu 14,1% no segundo trimestre, chegando a 5,548 milhões de hectolitros entre abril e junho deste ano. A Ambev afirmou que, neste mercado, seu desempenho foi pior que a média. A empresa informou que, de acordo com a Nielsen, a indústria de refrigerantes caiu 9,7%.
Bares próprios
A companhia considerou que seus produtos perderam espaço para marcas de menor preço. "Os consumidores continuaram pressionados por uma baixa renda disponível, migrando o consumo para B brands, sucos em pó ou até mesmo água filtrada", diz a empresa em comentário na divulgação de resultados do trimestre.
A receita da Ambev com refrigerantes e não-alcoólicos recuou 8,5% na comparação anual, chegando a R$ 778,6 milhões. O CPV caiu 2,2%, para R$ 420,6 milhões.
Resultado no exterior
As operações da Ambev em países da região chamada de América Latina Sul (LAS) apresentaram crescimento de 8,5% no volume de bebidas vendidas no segundo trimestre de 2017 ante o mesmo período do ano passado. De abril a junho deste ano, a companhia comercializou 6,729 milhões de hectolitros de bebidas nos países.
De acordo com comentário da Ambev sobre os resultados, o desempenho na região foi impulsionado por uma retomada na Argentina, país onde as vendas de cerveja cresceram mais de 20%, conforme a empresa. A companhia cita ainda avanços no Paraguai e no Uruguai.
Os resultados da Ambev deixaram de consolidar as operações de Colômbia, Peru e Equador, transferidas como resultado de um acordo com a controladora AB Inbev. A receita líquida consolidada da unidade de negócios teve alta de 15% ante igual período de 2016, chegando a R$ 2,086 bilhões.
O Custo do Produto Vendido (CPV) na região aumentou 18,3%, para R$ 861,2 milhões, enquanto o CPV por hectolitro (CPV/hl) avançou 9%, para R$ 128. O Ebitda ajustado subiu 21,3%, para R$ 806,7 milhões, com margem de 38,7%.
Estadão Conteúdo e Correio do Povo
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