segunda-feira, 10 de julho de 2017

Consumidores chineses deixam dinheiro de lado e pagam compras pelo celular

Vendedora de fruta em rua de Pequim tem o QR Code que permite o pagamento por meio do celular

Vendedora de fruta em rua de Pequim tem o QR Code que permite o pagamento por meio do celularAna Cristina Campos/Agência Brasil

Moradora de Pequim, a estudante de mestrado em língua e literatura inglesa Zhang Xiaoshan, de 25 anos, não precisa mais levar muito dinheiro na carteira quando sai de casa nem ir ao supermercado com tanta frequência. Ela é um dos milhões de chineses que usam o telefone celular para fazer pagamentos digitais nos mais diferentes tipos de estabelecimentos ou para compras online.

O smartphone é o meio mais usado pelos chineses para fazer compras pela internet. Gigantes do comércio eletrônico na China, o Grupo Alibaba e o JD.com calculam que, desde o ano passado, 80% dos pedidos são feitos pelo telefone celular.

“Compro quase tudo online pelo celular. É mais rápido. Nos sites tem praticamente de tudo: roupas, sapatos, comida, frutas, carne. Os preços são um pouco melhores do que no supermercado se você comprar uma quantidade maior”, conta Zhang.

A popularização dessas plataformas digitais pode ser atribuída ao fato de reunirem em um só lugar a possibilidade de comprar diversos tipos de produtos: desde alimentos frescos, passando por eletrônicos, móveis, acessórios, brinquedos e livros até passagens aéreas, hotéis e pagamento de contas como água, energia elétrica e gás.

As motos de entregas, com as caçambas repletas de pacotes, lotam as ruas das grandes cidades chinesas todos os dias da semana. Dependendo do horário do pedido, a entrega do produto, principalmente se for perecível, pode ser feita no mesmo dia ou no dia seguinte. Para isso, as empresas de comércio eletrônico têm sofisticado sistema de logística para entregar rapidamente as encomendas.

Crescimento do comércio online

Segundo relatório da consultoria McKinsey & Company, divulgado pela agência oficial de notícias Xinhua em junho, o mercado do comércio eletrônico da China crescerá cerca de 19% em 2017.

De acordo com o levantamento, muitos vendedores do comércio eletrônico estão levando seus produtos para as redes sociais, mas, frequentemente oferecem serviços de qualidade inferior aos grandes sites de compras online. Ainda segundo o relatório, há um enorme potencial de mercado se os empreendedores puderem melhorar seus serviços, devido à popularidade das redes sociais.

No ano passado, o mercado do comércio eletrônico na China cresceu 19,8%, alcançando US$ 3,82 trilhões, o que significa 39,2% do total global do setor, segundo o Ministério do Comércio chinês.

Pagamento pelo celular

Junto com o crescimento do comércio online, as novas formas de pagamento também ganham cada vez mais espaço entre os chineses. Assim como milhões de pessoas no país, a universitária Zhang Xiaoshan faz pagamentos digitais no seu dia a dia pelo celular por meio do QR Code (do inglês, Código de Resposta Rápida). Essa tecnologia permite a leitura automática do código pela câmera fotográfica do smartphone.

“Há dois anos esse sistema de pagamento pelo celular tornou-se muito popular. É muito conveniente. Se você esqueceu de trazer dinheiro, pode fazer compras se tiver saldo na sua conta no banco. Pode pagar por tudo não só nos supermercados, mas em praticamente qualquer lugar”, conta.

Até os vendedores de comida e de frutas nas ruas têm QR Code para o pagamento digital.

Zhang diz que esse sistema de pagamento também pode ser encontrado pelo interior do país asiático, inclusive em sua cidade natal, de 4 mil habitantes, na província de Hebei.

Um estudo da Organização das Nações Unidas divulgado em 19 de abril apontou que os pagamentos digitais feitos por meio do Alipay e do WeChat Pay – dois aplicativos de pagamento online – atingiram US$ 2,9 trilhões em 2016 na China, representando um aumento de 20 vezes em quatro anos.

Em sua sede em Hangzhou, na província de Zhejiang, na Costa Sudeste da China, o Alibaba investe na pesquisa de um meio de pagamento por intermédio da identificação do rosto do consumidor. A ideia é que o sistema possa “escanear” o rosto do usuário e autorizar a compra após o reconhecimento facial.


Agência Brasil

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