segunda-feira, 17 de julho de 2017

Brasil diz que povo venezuelano quer restaurar o Estado Democrático de Direito

O governo brasileiro disse hoje (17) que a grande participação popular no plebiscito promovido ontem (16) pela oposição venezuelana para avaliar o governo de Nicolás Maduro e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte foi uma mostra “inequívoca da vontade do povo de pronta restauração do estado democrático de direito na Venezuela”.

Em nota, o Ministério de Relações Exteriores do Brasil condenou o ataque promovido por forças paramilitares a eleitores que aguardavam para votar na zona oeste de Caracas, que provocou a morte de duas pessoas e feriu gravemente outras quatro.

“O governo brasileiro exorta as autoridades venezuelanas a cancelar a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, cujas regras violam o direito ao sufrágio universal e o próprio princípio da soberania popular”, diz trecho da nota divulgada pelo Itamaraty.

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No documento, a diplomacia brasileira ressaltou a urgência na “restauração das competências da Assembleia Nacional venezuela” e  que “espera que a vontade popular expressa na consulta inspire a busca de uma negociação efetiva a favor da paz e da democracia na Venezuela”.

“Governo revogado"

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Julio Borges, disse que a oposição conseguiu quase sete milhões de votos a favor da sua proposta no plebiscito e que, com o resultado, o governo Maduro está “praticamente revogado".

A chamada “comissão de fiadores” do plebiscito opositor informou, com base em 95% do total de votos, que mais de 7,18 milhões de venezuelanos participaram da consulta feita à margem do poder eleitoral e que pelo menos 98% deles votaram sim nas três perguntas formuladas.

A votação da consulta, feita à margem do Poder Eleitoral, foi considerada um plebiscito pela coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD). Já o governo Maduro considerou o referendo como uma "consulta interna entre os partidos da direita" e criticou que ela tenha sido feita "sem cadernos eleitorais, sem biometria, sem auditorias".


Agência Brasil

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