O ex-presidente foi condenado não pelo que pensa, mas por ter atropelado o Código Penal
Por Augusto Nunes
Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva - 26/10/2014 (Ricardo Trida/Diário do Grande ABC/Estadão Conteúdo)
Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, Lula continua vestindo a fantasia em farrapos de perseguido político. Previsivelmente, os devotos da seita se recusam a enxergar seu único deus seminu. Em nome de todo o PT, a senadora Gleisi Hoffmann jurou que a sentença do juiz Sérgio Moro é um atentado à democracia que o partido que preside sempre sonhou destruir.
Perseguidos políticos, como sabem até os bebês de colo e os napoleões de hospício, só existem nos regimes ditatoriais, que punem severamente o que George Orwell chamou de crimes de pensamento. São opositores que o chefe de governo manda prender sem julgamento. O direito de defesa é confiscado previamente e a temporada na cadeia não tem prazo para terminar.
No Brasil democrático, Lula foi julgado por um juiz federal, teve tempo de sobra para defender-se e vai aguardar em liberdade a decisão do Tribunal Regional Federal. É tão perseguido político quanto Michel Temer, Dilma Rousseff e Fernando Collor, os três igualmente na mira da Lava Jato. O ex-presidente foi castigado não pelo que pensa, mas por ter atropelado o Código Penal.
Sérgio Moro, enfim, nunca viu no réu um criminoso político. Enxergou claramente um político criminoso.
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