Páginas

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Trump diz que EUA podem retornar a Acordo de Paris “em base mais justa"

Fumaça tóxica em Guarujá

Os Estados Unidos respondem por 18% do carbono lançado na atmosferaFernanda Cruz/Agência Brasil

A saída dos Estados Unidos (EUA) do Acordo de Paris – compromisso global que define metas conjuntas para amenizar os efeitos das mudanças climáticas – pode não ser definitiva, de acordo com o presidente Donald Trump. Em discurso nesta quinta-feira (1º), ao anunciar a retirada dos Estados Unidos do tratado sobre o clima, Trump ponderou que a retirada do país implica a revisão dos termos do acordo e a busca de um formato que seja, na sua visão, "mais justo" para os americanos.

No anúncio de hoje, Trump disse "estar cumprindo seu dever solene para proteger a América e seus cidadãos. Vamos reinserir o país no Acordo de Paris ou participar de uma nova transação com novos termos que sejam justos para os Estados Unidos", afirmou.

O anúncio de Trump não trouxe detalhes sobre como será a retirada do país do acordo, mas, na prática, os Estados Unidos já haviam começado a inviabilizar o cumprimento das metas com que o país havia se comprometido em 2015 – quando em janeiro, o presidente assinou várias ordens executivas que contrariam o acordado. Principalmente no setor energético.

Uma das medidas, por exemplo, praticamente extinguia o Plano Energia Limpa, deixado como legado pelo então presidente Barack Obama. Trump também diminuiu a estrutura da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), que viabilizava projetos para produção de energia limpa, e retirou limites impostos a usinas termoelétricas e as restrições à produção e uso de energia fóssil, como a derivada do carvão.

Trump disse que o Acordo de Paris “não é justo para os Estados Unidos” e que a retirada do país não necessariamente significa uma posição que não possa ser revista no futuro. Segundo o presidente, o tratado é "ruim para os americanos. No discurso, ele disse que o acordo foi mal negociado pela administração Obama e assinado por desespero, o que representa um custo para o povo americano em detrimento de sua economia.

Impacto negativo

Saiba Mais

A retirada dos Estados Unidos pode impactar negativamente nos progressos feitos em torno do Acordo de Paris, firmado em 2015, após mais de dez anos de negociações para tentar mitigar o efeito da atividade econômica no clima terrestre. O tratado foi assinado por 195 países e ratificado por 147, responsáveis por 80% das emissões.

Segundo maior emissor de gases depois da China, os EUA respondem por 18% do carbono lançado na atmosfera, ou 6,5 milhões de toneladas por ano. A saída americana tornaria ainda mais difíceis as metas do acordo, de reduzir o carbono na atmosfera de 69 bilhões de toneladas para 56 bilhões, e negociar metas futuras para manter, até 2100, o aquecimento global em nível inferior a 2ºC.

A posição contrária de Donald Trump sobre o acordo já era conhecida desde a época da campanha. Ele costuma dizer que o aquecimento global é uma farsa e que os argumentos usados para manter o tratado são "falácia". Mesmo assim, após sua posse, alguns diplomatas americanos chegaram a dizer que ele estaria mudando de posicionamento, o que não aconteceu.

Na semana passada, Trump entrou em desacordo com os líderes do G7, o grupo dos países mais ricos do mundo, quando foi o único dos chefes de governo do bloco a não entrar em consenso sobre a manutenção do acordo de Paris. Até mesmo a China, maior poluidor mundial, afirmou este ano que o acordo do clima é vital para o futuro da humanidade.

Reações

O governo brasileiro se disse decepcionado com o anúncio dos EUA de sair do Acordo de Paris. Por meio dos ministérios das Relações Exteriores e do Meio Ambiente, o Brasil manifestou preocupação com o “impacto negativo” que a decisão pode causar e se comprometeu novamente com o “esforço global de combate” às mudanças climáticas.

“O governo brasileiro recebeu com profunda preocupação e decepção o anúncio no dia de hoje, 1° de junho, de que o governo norte-americano pretende retirar-se do Acordo de Paris sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e 'renegociar' sua reentrada. Preocupa-nos o impacto negativo de tal decisão no diálogo e cooperação multilaterais para o enfrentamento de desafios globais”, afirmou uma nota conjunta assinada pelos dois ministérios.

O Greenpeace – maior organização não governamental de defesa do meio ambiente – também se pronunciou contra a saída dos Estados Unidos do acordo sobre o Clima e colocou em sua página na internet uma petição em defesa do acordo climático. Com o título Resista!, a ONG convida a população a assinar uma petição contra a decisão de Trump e diz que está claro que o objetivo dele "é minar o progresso sobre as alterações climáticas".

O Greenpeace destaca que o Acordo de Paris não é "somente um pedaço de papel, mas sim um modelo estruturado para construir um futuro de energia limpa". Além disso, a ONG condena o fato de Trump ter "atacado o Plano Energia Limpa" de Obama e autorizado projetos de empresas petrolíferas para perfurações no Ártico,  - que Obama havia proibido anteriormente.

Sintomaticamente, no mesmo dia em que Trump informou o abandono do Acordo de Paris, ambientalistas e cientistas internacionais lamentaram que um dos maiores icebergs do mundo esteja a ponto de desprender-se na Antártica. A massa de gelo tem 350 metros de espessura e pesquisadores associam o seu desprendimento rápido ao processo de degelo dos polos, uma das consequências do processo de aquecimento global.


Agência Brasil



Delação da JBSJanot pede ao Supremo prisão preventiva de Rodrigo Rocha Loures

Informação privilegiadaJustiça Federal bloqueia R$ 800 milhões de Joesley Batista

1

2

3

EconomiaBalança tem superávit recorde de US$ 29 bilhões de janeiro a maio

EconomiaCrescimento do PIB indica tendência de melhora da vida do brasileiro, diz Temer

TV por assinatura

Fusão de empresas dos EUA pode trazer risco à concorrência no Brasil, diz Anatel

Medida provisóriaCom descontos, nova renegociação de dívidas com União vai até agosto

Rio de Janeiro

Justiça bloqueia R$ 3 bi de Cabral e outros suspeitos de fraudar obras no metrô

PolíticaCongresso Nacional do PT: Lula diz que é preciso recuperar autoestima do partido

Paulo Rabello de Castro

Novo presidente do BNDES promete divulgar relatório dos investimentos em 45 dias

São PauloOrganizações denunciam violações de direitos humanos em ações na Cracolândia

Desaparecimento de ossada

Polícia vai investigar se houve crime de violação da sepultura de Garrincha

Nenhum comentário:

Postar um comentário