quinta-feira, 22 de junho de 2017

Planalto mapeia cargos de PSDB e PSD e mira senadores que votaram contra reforma trabalhista

POR PAINEL

Lei do retorno A demissão de dois apadrinhados do senador Hélio José (PMDB-DF) foi apenas o primeiro tiro de advertência lançado pelo governo para sua base, após derrota da reforma trabalhista em comissão do Senado. Nesta quarta (21), o Planalto começou a mapear outros cargos ocupados por indicados do peemedebista e também pelo PSDB e PSD, num aviso de que os votos contrários às novas regras dados por Eduardo Amorim (PSDB-SE) e Otto Alencar (PSD-BA) também serão retaliados.

Vai custar caro O governo está disposto a fazer das represálias à derrota da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais um caso exemplar. Avisa que novos cortes podem ser feitos a depender do comportamento da base na Comissão de Constituição e Justiça e no plenário.

Toma lá, dá cá Deputados que votaram e fizeram campanha para aprovar a reforma na Câmara foram ao gabinete do ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) cobrar “pulso firme” do Planalto em relação aos traidores do Senado.

Até logo Os ataques de Hélio José (PMDB-DF) ao governo depois da demissão de seus afilhados irritaram o Planalto. Houve quem defendesse sua expulsão do PMDB. A direção da sigla não quer, ainda, entrar nessa discussão.

Vem todo mundo O PMDB monitora o comportamento do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). Contrário à reforma, ele tem articulado o que chama de “manifesto suprapartidário dos parlamentes nem-nem”: nem Michel Temer, nem Lula.

Faroeste caboclo Aliados do presidente Michel Temer defendem que ele anuncie o substituto de Rodrigo Janot na PGR assim que receber o resultado da eleição interna, dia 27 de junho. Acham que o movimento pode desviar as atenções e enfraquecer o atual procurador-geral.

Vira o jogo Em busca de uma agenda positiva, o Planalto anuncia nesta quinta (22) o empresário Jorge Gerdau e a ex-ministra de Indústria Dorothea Werneck como membros do Conselho Nacional para a Desburocratização — Brasil Eficiente.

Time Eliseu Padilha (Casa Civil) coordena os trabalhos do conselho. Juliana Nolasco, gerente de relações governamentais do Google, também estará no colegiado.

Na ponta do lápis A Petrobras levantou o histórico de sua negociação com a JBS para o fornecimento de gás a uma empresa do grupo. Joesley Batista disse que pagou a Rodrigo Rocha Loures para que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) pressionasse a estatal.

Bem que se quis No levantamento, a Petrobras diz que a demanda de Joesley foi rejeitada por estar abaixo de sua política de preços e que fez um contrato de curto prazo com o grupo do empresário — a um custo bem maior do que ele havia solicitado.

Estica e puxa Dirigentes de partidos querem ampliar para R$ 4 bilhões o valor do fundo a ser criado para o financiamento de campanhas em 2018. O valor discutido hoje é de R$ 3,5 bilhões.

Fatiada A negociação que avança no Congresso prevê, além da nova fonte de recursos, fim das coligações proporcionais a partir de 2020 e a aplicação gradual da cláusula de barreira, de 2018 a 2026.

Sem claque A comitiva de Michel Temer se assustou ao chegar ao hotel em Moscou e se deparar com uma legião de jovens em frente ao prédio. Mas o peemedebista não era o foco das atenções. O grupo aguardava Cristiano Ronaldo, que tinha jogo e se hospedou no local.

Visita à Folha Laurent Bili, embaixador da França no Brasil, visitou a Folha nesta quarta-feira (21). Estava acompanhado de Brieuc Pont, cônsul-geral da França em São Paulo, e Elaine Caetano, adida de imprensa.


TIROTEIO

O PSDB sempre foi protagonista. Se quiser continuar com o papel principal, não pode se pautar por Janot, Joesley ou Funaro.

DO DEPUTADO MARCUS PESTANA (PSDB-MG), criticando a ala tucana que defende o desembarque do governo Michel Temer em meio à crise política.


CONTRAPONTO

Brincadeira tem hora

Líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) chegou à Comissão de Assuntos Sociais, na manhã de terça-feira (20), queixando-se de dores na região lombar. Ao final, derrotado na votação da reforma trabalhista, ainda teve que administrar piadas dos colegas.

— Jucá me confessou que está com lombalgia e eu vou dizer: é de tanto esforço para empurrar essa carreta sem roda, que é o governo Temer, no lamaçal da corrupção — disse Otto Alencar (PSD-BA), que é ortopedista.

Marta Suplicy (PMDB-SP), que presidia a sessão, salvou o líder governista com uma intervenção:

— Senador, o assunto aqui é bastante sério…


Folha de S. Paulo

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