domingo, 25 de junho de 2017

Multidão protesta em bases militares contra mortes de manifestantes na Venezuela

Oposição denunciou repressão com 75 vítimas fatais desde início de protestos há três meses

Oposição denunciou repressão com 75 vítimas fatais desde início de protestos há três meses | Foto: Federico Parra / AFP / CP

Oposição denunciou repressão com 75 vítimas fatais desde início de protestos há três meses | Foto: Federico Parra / AFP / CP

"Chega de repressão. Chega de mortos", destacou um cartaz pendurado, neste sábado, em uma base aérea de Caracas, onde milhares de opositores protestaram contra o presidente Nicolás Maduro pela morte de dois jovens nas mãos de militares. "Os rapazes estão dando a vida por nós e estamos aqui para dizer basta. Continuarei na rua por eles. Todos são meus filhos", disse Mirian Suárez, aposentada de 63 anos, em frente à base aérea La Carlota, leste de Caracas, em cuja cerca metálica foi colocada uma enorme bandeira da Venezuela.

Maduro, enquanto isso, liderou um ato militar no estado de Carabobo (centro-norte) junto com o alto comando da Força Armada, que ratificou sua lealdade com ele. A oposição marchou até instalações militares em Caracas e outras cidades em um novo dia de protestos contra o chefe de Estado. Setenta e cinco pessoas já morreram desde que as manifestações tiveram início, há quase três meses.

Um jovem de 22 anos morreu na quinta-feira atingido por disparos de um membro da Guarda Nacional durante distúrbios na base La Carlota, depois de uma marcha ter sido barrada com bombas de gás lacrimogêneo. Encapuzados atiraram pedras e bombas caseiras, o que o ministro do Interior, general Néstor Reverol, qualificou como "um assédio".

Na segunda-feira, um adolescente de 17 anos morreu ferido a bala depois que homens da Guarda Nacional abriram fogo contra um grupo de manifestantes. Quatro militares são processados pelos dois casos, informaram as autoridades.

"Vamos dar uma mensagem à Força Armada: vai continuar matando venezuelanos ou vai respeitar a Constituição?", declarou o deputado opositor José Manuel Olivares. No meio da tarde, quando a maioria dos manifestantes tinha se retirado, houve confrontos nos arredores de La Carlota, com bombas de gás lacrimogêneo, pedras e coquetéis molotov. "Não somos terroristas! Não somos delinquentes!", repetiam um grupo de jovens em La Carlota, muitos com rostos cobertos e protegidos com capacetes e escudos de metal e madeira.


AFP e Correio do Povo

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