quarta-feira, 28 de junho de 2017

Gilmar Mendes evita falar de denúncia, mas diz que é preciso confiar no Congresso

Ministro disse ainda que outros países vivem crise semelhante à brasileira

por Catarina Alencastro


Seminário 'Reforma Politica Já", com a presença do Ministro Gilmar Mendes - Marcos Alves / Agência O Globo

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BRASÍLIA - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, negou-se a comentar sobre a denúncia apresentada nesta segunda-feira pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer por corrupção. Após um debate sobre reforma política com presidentes e representantes de 28 partidos, ele disse apenas que outros países vivem crise semelhante à brasileira, e que não há outra alternativa democrática a não ser confiar no Congresso Nacional. Ele se referia à reforma política. Mas, no caso da denúncia apresentada por Janot, caberá ao parlamento decidir se autoriza ou não o andamento da mesma pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do qual Gilmar faz parte.

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— Temos que confiar no Congresso. Não há outra alternativa, vamos buscar onde, numa associação de juízes, numa associação de procuradores! — ironizou Gilmar.

Presente ao debate, o relator da reforma política na Câmara, Vicente Cândido (PT-SP), disse que a denúncia já era prevista, e que não muda nada no andamento da reforma, também evitando fazer juízo de valor sobre a peça apresentada por Janot. Para ele, no entanto, quanto mais grave a crise política, maior a oportunidade de se realizar a reforma política.

— Isso já era esperado, já estava na contabilidade. Creio que não vá afetar o andamento da reforma política. Por outro lado, quanto maior a crise política, mais necessidade de fazer a reforma política — disse.

Cândido, que é contra o voto distritão, modelo que elege os candidatos mais votados nos estados, independentemente do partido e coligação do qual faz parte, disse que buscará melhorar o sistema atual para as eleições de 2018, diminuindo o número de candidaturas e implementando a cláusula de barreira. Para o ano que vem também seria criado um fundo de financiamento público para as campanhas da ordem de R$ 3,4 bilhões.

Cândido defendia o voto em lista fechada para 2018 e o voto distrital misto de 2020 em diante. Mas como o distritão tem ganhado força entre os parlamentares, ele disse que procurá apresentar em seu relatório um "caminho do meio". O relator diz acreditar que é possível começar a votar as mudanças na legislação eleitoral já na próxima semana.

O Globo

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