Joseph Fouché (1759-1820). Ministro durante a Revolução Francesa e a Era Napoleônica. Criticado por sua falta de caráter. Citado como fundador da Ciência Política Contemporânea. Para Balzac era “um gênio singular”. Na lista de políticos que traiu estão Robespierre, Barras, Collot, Talleyrand e Napoleão. Sempre à sombra do poder.
1. Porque só conhece a vida quem já mergulhou nas profundezas. Só um revés confere ao homem sua força impetuosa integral. Principalmente o gênio criador precisa desta solidão temporária forçada para medir, das profundezas do desespero, do exílio distante, o horizonte e a extensão de sua verdadeira missão.
2. Também na esfera inferior, terrestre, do mundo político, uma retirada temporária confere ao estadista uma nova percepção, uma reflexão mais aguda e uma forma melhor de calcular o jogo das forças em ação. Por isso, nada de melhor pode acontecer a uma carreira do que a sua interrupção temporária, pois quem sempre vê o mundo do alto de uma nuvem, do alto da torre de marfim e do poder.
3. Só conhece o sorriso dos submissos e a sua perigosa solicitude. Quem tem sempre nas mãos o poder esquece o seu verdadeiro valor. Nada enfraquece mais o artista, o general, o estadista do que o sucesso permanente de acordo com a vontade e o desejo.
4. Só no fracasso o artista conhece a sua verdadeira relação com a obra, só na derrota o general reconhece seus erros e só na desgraça o estadista adquire verdadeira clarividência política. Uma riqueza constante torna o homem frouxo, aplausos constantes entorpecem, só a interrupção confere nova tensão e elasticidade criadora ao ritmo que se desenrola no vácuo.
5. Só a desgraça abre uma perspectiva profunda e larga da realidade do mundo. O exílio é uma dura lição, mas todo exílio significa ensinar e aprender: ele forma a vontade do fraco, torna decidido o indeciso e torna mais rígido ainda quem já é severo. Para o homem verdadeiramente forte, o exílio não reduz, antes aumenta sua força.
Ex-Blog do Cesar Maia
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