SÃO PAULO, 21 Jun (Reuters) - A estatal de energia Eletrobras deverá cortar quase 50% de seu quadro de funcionários em uma reestruturação para sair de uma enorme crise financeira iniciada no final de 2012, após um pacote de medidas do governo federal para reduzir as tarifas de eletricidade.
O presidente da elétrica, Wilson Ferreira Jr. disse que a redução do quadro e outros cortes de custos, além da venda de imóveis administrativos e de distribuidoras de energia do grupo, prevista para até o final do ano, deverão gerar uma economia anual de R$ 2,5 bilhões para a companhia.
"Tem saída para o grupo Eletrobras, o que não parecia no começo", disse Ferreira, que assumiu a presidência da companhia em julho do ano passado, ao participar de evento na Fundação Fernando Henrique Cardoso nesta quarta-feira (21).
Hoje com 23 mil trabalhadores, a Eletrobras deverá chegar ao final de seu processo de reestruturação com 12 mil empregados.
Quase 6.000 pessoas deverão sair do grupo apenas com a venda de seis distribuidoras de eletricidade controladas pela Eletrobras no Norte e Nordeste. A companhia espera concluir essas privatizações ainda neste ano. Outros 5.000 deverão sair em planos de demissão voluntária e de aposentadoria incentivada.
Além disso, a companhia deverá obter recursos e reduzir despesas com a venda de imóveis administrativos.
Ferreira disse que a estatal prevê terminar 2017 utilizando dois prédios no Rio de Janeiro, contra seis edifícios na cidade no início de sua gestão.
"Tem muito espaço para redução de custos", disse o executivo, que citou ainda cortes em cargos gerenciais, centralização de atividades e ganhos de eficiência como medidas previstas para alcançar uma meta de reduzir em 30% as despesas.
Com isso e com as vendas de ativos, que podem levantar cerca de 4,6 bilhões de reais, a Eletrobras espera reduzir a relação entre sua dívida líquida e a geração de caixa (medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização - Ebitda) para cerca de 4 vezes, ante quase 9 vezes antes do início da reestruturação.
(Por Luciano Costa; edição de Roberto Samora)
Reuters e UOL Economia
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