Presidente deixou a Europa nesta sexta-feira (23) e chega ao Brasil no sábado
Por: Anderson Aires
Temer durante desembarque em Moscou, na terça-feiraFoto: Kirill KUDRYAVTSEV / AFP
Às vésperas de, possivelmente, se tornar o primeiro presidente da República denunciado por crime comum durante o mandato, o presidente Michel Temer embarcou para compromissos internacionais na Rússia e na Noruega no início desta semana. Mas o que era para ser uma viagem para buscar investimentos, demonstrar ares de normalidade e pausa na recessão econômica em meio à crise política brasileira, acabou tornando-se uma sucessão de situações constrangedoras para o chefe do Executivo nacional. Temer deixou a Europa nesta sexta-feira (23) e chega ao Brasil no sábado (24).
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Confira cinco situações constrangedoras enfrentadas por Temer nos dois países:
1 – República Socialista e Soviética X Rússia
Tudo começou antes mesmo da partida da comitiva, na segunda-feira (19). Na manhã do mesmo dia, a agenda presidencial descreveu como compromisso "Partida de Brasília para República Socialista Federativa Soviética da Rússia", antigo nome da Rússia. Desde 1991, a Rússia se chama Federação Russa. O nome descrito pela agenda de Temer era usado antes do fim da União Soviética. Por telefone, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto reconheceu o erro e disse que a informação foi corrigida.
2 – Menos contribuição para fundo de proteção da Amazônia
A busca por investimentos, um dos principais objetivos da viagem presidencial, sofreu um revés na quinta-feira (22). Na ocasião, a Noruega informou que reduzirá pela metade o repasse de dinheiro para fundo de proteção da Amazônia. O país nórdico é o principal financiador dos programas de proteção da Floresta Amazônica. Para justificar o corte de verbas, a Noruega citou a aceleração do desmatamento e afirmou que o investimento poderia chegar a zero no futuro. Pelo acordo de 2008, o dinheiro liberado de mais de US$ 1,1 bilhão é reduzido sempre que isso ocorrer. Em dois anos, o Brasil já terá perdido R$ 196 milhões.
3 – Protestos antes de reunião com governo da Noruega
Foto: Divulgação / Rainforest Foundation
Um dia após a Noruega anunciar o corte de investimentos para a proteção da floresta amazônica, o presidente Michel Temer voltou a enfrentar situação constrangedora em solo norueguês. Na manhã desta sexta-feira (23), cerca de 40 pessoas se posicionaram às portas da sede do governo do país nórdico, com cartazes e um coro de "Fora, Temer". Ao sair do carro, o presidente chegou a olhar para o grupo e, rapidamente, entrou no edifício. Os manifestantes afirmam que a administração de Temer tem dado apoio à bancada ruralista no Congresso.
4 – Noruega ou Suécia?
Foto: Beto Barata / Presidência da República / Divulgação
Parece que a proximidade entre Noruega e Suécia — cerca de 530 km entre as capitais dos dois países, Oslo e Estocolmo, respectivamente — acabou atrapalhando Temer. Nesta sexta-feira (23), em seu último dia de viagem à Europa, o presidente brasileiro cometeu uma gafe em pronunciamento de despedida. Em Oslo, capital da Noruega, Temer se atrapalhou e chamou o rei da Noruega, Harald V, de "rei da Suécia". O ato falho ocorreu ao lado da primeira-ministra norueguesa, Erna Solberg. No mesmo discurso, o presidente ainda se confundiu ao dizer que, mais tarde, visitaria o "parlamento brasileiro". Na realidade, ele iria ao Legislativo norueguês.
5 – Puxão de orelha da primeira-ministra norueguesa
Foto: Håkon Mosvold Larsen / NTB Scanpix
Os noruegueses pareceram não estar muito receptivos em relação à comitiva presidencial brasileira na Europa. No encontro com o presidente Michel Temer, nesta sexta-feira, a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, demonstrou preocupação com os escândalos de corrupção no Brasil. Ao lado do chefe do Executivo brasileiro, em sua residência oficial, ela disse que "espera uma limpeza", em referência à Operação Lava-Jato. Para tentar contornar o embaraço, Temer rebateu, em seu discurso, afirmando que as instituições no Brasil estão funcionando com uma "regularidade e liberdade extraordinárias". No mesmo pronunciamento, a primeira-ministra afirmou que está preocupada com os movimentos no Brasil para "reduzir a força favorável ao meio ambiente" no país. Ela também confirmou a redução da contribuição da Noruega ao Fundo da Amazônia.
*Zero Hora com informações de agências
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