Wilson Ferreira Júnior justificou ter se arrependido de declaração gravada
Wilson Ferreira Júnior justificou ter se arrependido de declaração gravada | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, afirmou nesta segunda-feira que não pretende renunciar ao cargo e que o programa de reestruturação da companhia, que inclui redução no quadro de empregados e da dívida, além da venda de ativos, tem dado bons resultados. Ferreira Junior teve uma conversa com sindicalistas gravada em que diz que alguns cargos de chefia da empresa eram ocupados por “vagabundos” e “safados”.
“Não vou renunciar. Não tem dúvida. O fascínio que tenho aqui é implantar este programa. Qual foi a motivação que me trouxe à Eletrobras? Ter um problema complexo e difícil de realizar. Se me perguntassem há dez meses era difícil saber se tinha saída e eu estou dizendo que com a implantação deste plano tem uma saída”, disse.
Ferreira Junior disse que se arrepende de declaração gravada em uma conversa com sindicalistas divulgada na semana passada. Ele disse que a repercussão foi grande e logo notou que tinha exagerado ao ouvir os áudios. “As pessoas não são vagabundas, safadas, na forma e na abrangência que eu claramente coloquei. Me arrependo disso e me desculpei no primeiro dia. Trabalho com uma empresa que tem mais de 20 mil empregados. Óbvio que isso não deve acontecer do principal líder para com os empregados. Ele precisa dos empregados para fazer o que a gente precisa fazer. A companhia tem um terço da geração brasileira [de energia], quase metade da transmissão, então, evidentemente não é nesse ambiente”, justificou.
O presidente explicou que a conversa ocorreu em uma situação “completamente fechada” e não percebeu que estava sendo gravado, mas, agora, sabe que isso pode ocorrer. “Evidentemente que algumas coisas poderiam ser de forma diferente, mas é parte do jogo”, disse na entrevista marcada para esclarecer a polêmica das declarações.
Calor da discussão
O presidente disse que os empregados da companhia são representados por 68 instituições e explicou que a declaração durante a conversa com sindicalistas se deu no calor da discussão. Embora, tenha reconhecido que foi um equívoco e tenha se desculpado, inclusive, por meio de um vídeo divulgado para o quadro funcional, Ferreira Júnior destacou que tem uma agenda a enfrentar e quer contar com o apoio tanto dos empregados quanto dos gestores.
“Essa é uma empresa que precisa, emergencialmente, enfrentar e superar os desafios. Dentro do foco de geração e transmissão, nós ainda temos a distribuição para ser privatizada e somos o maior empregador brasileiro. Temos muitas instituições que interagem com este grupo. Sindicatos, associações de empregados”, disse.
Dos mais de 23 mil empregados da Eletrobras, a companhia tem 6 mil trabalhando nas companhias distribuidoras que devem ser privatizadas. Das 2.220 funções gratificadas, como assessor ou gestor, foram reduzidas 688 posições gerenciais.
Agência Brasil e Correio do Povo
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