sexta-feira, 26 de maio de 2017

Sensação de insegurança é maior do que a violência real, diz Cezar Schirmer

Secretário de Segurança do Rio Grande do Sul ressaltou que indicadores foram diminuindo

Secretário de Segurança do Rio Grande do Sul ressaltou que indicadores foram diminuindo | Foto: Rádio Guaíba / Especial / CP

Secretário de Segurança do Rio Grande do Sul ressaltou que indicadores foram diminuindo | Foto: Rádio Guaíba / Especial / CP

  • Henrique Massaro

No Rio Grande do Sul e em Porto Alegre, a violência imaginária, ou seja, a sensação de insegurança, é muito maior do que a violência real. Esta é a opinião do secretário estadual de Segurança Pública, Cezar Schirmer. Ele foi o convidado do programa Esfera Pública da Rádio Guaíba, no qual foi entrevistado pelos jornalistas do Correio do Povo Juremir Machado e Taline Oppitz, e também pelo repórter da rádio, Eduardo Paganella.

De acordo com Schirmer, o Estado adquiriu ao longo dos anos uma fama ruim na área da Segurança. Segundo números apresentados por ele, no Brasil, o Rio Grande do Sul ocupa a 19ª posição no ranking de homicídios, a 21ª em estupros e a 6ª em roubo e furto de veículos.

Com relação à Capital, o secretário afirmou que os indicadores foram diminuindo. Segundo ele, nos meses de março e abril deste ano, com relação ao ano passado, Porto Alegre reduziu 23% dos homicídios dolosos. Schirmer foi questionado, então, se a melhora na Capital não se deu devido o aumento do efetivo da Brigada Militar (BM) às custas dos outros municípios - 350 policiais militares foram trazidos do Interior -, onde os índices de homicídios teriam aumentado. Respondeu que, apesar disso, os policiais que ficaram nos seus postos ganharam hora extra para compensar o déficit.

O secretário disse também que os indicadores relativos à Segurança diminuíram no Interior, com exceção dos crimes com morte.Ainda garantiu que, em julho, entram em atividade cerca de 1,1 mil novos PMs e os servidores trazidos do Interior retornam às suas cidades. Além disso, falou que, até o fim do ano, não haverá nenhum município no Estado com menos de cinco policiais militares.

Sobre os homicídios, especificamente, o entrevistado disse que é necessário pensar no cerne do problema “A raiz do homicídio está no consumo e no tráfico de drogas”, declarou. Segundo ele, o consumo sustenta o tráfico, situação que, somada à escassez financeira e à crise econômica, contribui para o aumento dos homicídios.

Quando questionado se estava transferindo o problema para a sociedade, ou seja, se estava dizendo que o Estado simplesmente não pode tentar resolver o problema enquanto os usuários não deixarem de consumir drogas, Schirmer disse que o governo está, sim, tomando as medidas cabíveis a curto prazo, mas comentou que é necessário discutir a questão de forma sistêmica. Ele, no entanto, não se disse a favor da descriminalização das drogas.

O titular da Segurança também falou sobre a operação do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil na manhã de ontem no Loteamento Santa Teresinha (antiga Vila dos Papeleiros), na rua Voluntários da Pátria, em Porto Alegre. A operação Consórcio desarticulou um rodízio que havia sido formado no local por quarto facções para a venda de drogas. O secretário disse que a situação era ainda mais absurda devido à proximidade do local com a sede da Secretaria de Segurança Pública e disse que a Polícia Civil cumpriu o seu dever.


Correio do Povo

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